O terceiro dia de evento das mulheres verdes foi marcado por palestras de formação com foco em comunicação e prestação de contas, além do desenvolvimento de propostas de trabalho. As 42 participantes tiveram como primeira ação a apresentação da secretária estadual do PV Mulher do Rio Grande do Norte, Wilaneide Campos, que expôs sua história de vida pessoal e suas conquistas na vida pública e no empreendedorismo.
“Esta pessoa que vocês estão vendo aqui é uma ex-moradora de rua, eu sou uma sobrevivente do sistema, mas eu quis provar e eu burlei o sistema porque ele não quer que nós mulheres estejamos aqui, porque o machismo não quer que você se destaque e esteja acima deles. Hoje eu tenho entendido que é necessário estar engajada na política, porque é o meio, é o caminho. O que não me matou está aqui comigo hoje.[..] Precisamos acolher e capacitar mulheres para o mercado de trabalho”, enfatizou a secretária estadual.
Prestação de contas e Eleições 2022
A primeira palestra do dia ficou a cargo da advogada e especialista em Direito Eleitoral Bianca Gonçalves. Ela falou sobre prestação de contas em campanha eleitoral, com foco nas eleições deste ano. A palestrante destacou as atualizações do Fundos Partidário e Eleitoral, a arrecadação de recursos para a campanha eleitoral, e sobre a lei 14.192/2021, que diz sobre a Violência Política de Gênero.
“A ausência de quitação eleitoral vai te impedir de assumir um cargo público, de entrar em uma universidade e até tirar um passaporte, e pode gerar efeitos para além da sua campanha. […]”, informou Gonçalves.
Ainda durante a sua fala, a advogada abordou a Lei 14.192/21, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher durante as eleições e no exercício de direitos políticos e de funções públicas. “A lei de Violência Política de Gênero é aplicável para além do não repasse de verbas, mas para candidatas e mandatárias. Qualquer denúncia referente a violência política de gênero pode ser feita pelas procuradorias eleitorais”, esclareceu a especialista em direito eleitoral.
Após a palestra, houve um momento de esclarecimento de dúvidas entre as verdes.
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A palestrante disponibilizou ainda um material referente aos principais pontos sobre as federações. Para conferir, clique aqui.
Marketing e Campanha Eleitoral
Seguindo a programação, a escritora, cientista política e comunicóloga Daniela Rabello apresentou algumas estratégias de marketing para que as candidatas tenham uma campanha de sucesso nas redes sociais. A especialista apontou análises de força, fraqueza e oportunidades com o público eleitor e como elas devem atuar e trabalhar para ganhar confiança e o voto do eleitorado.
“A pré-campanha é o período essencial para trabalhar a comunicação. Você está trabalhando com a dor, a frustração e o sonho do seu público. […] A soma do conhecimento que você já possui e o diferencial que você já tem fazem o diferencial na vida daquelas pessoas. […] A gente precisa aprofundar temas porque a gente tem habilidades, sem isso fica muito difícil”, afirma a comunicóloga.
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Conhecendo o algoritmo das redes sociais
Encerrando a programação da manhã, a comunicóloga e publicitária Ana Paula Fonseca abordou o potencial das redes sociais para a campanha eleitoral e como o Meta, conglomerado estadunidense de tecnologia e mídia social, auxilia no gerenciamento das publicações e no engajamento do Facebook e Instagram.
“A gente se encontrou nas redes sociais. Tudo isso traz um retorno na distribuição e a rede começa a divulgar a gente sozinha, a gente começa ter ajuda do Facebook e ele faz isso muito bem. O Instagram tem um apelo visual e te dá oportunidades em ferramentas, e é a rede que mais cresce em divulgação de marcas”, informou.
A publicitária também mencionou a importância e os usos de plataformas como o Twitter, o TikTok e o WhatsApp, e como o público funciona em cada plataforma.
“O Twitter está 24h antenado nos assuntos. Em época de campanha não adianta ser neutra, tem que se posicionar, e hoje em dia virou uma ferramenta estrondosa e muito rápida. […] O TikTok é uma rede dinâmica que abre espaço para engajar com N oportunidades. As empresas estão encontrando um espaço gigantesco e isso abre brechas para a candidata ser descontraída, para chegar aos jovens. […] O WhatsApp a gente não consegue impulsionar, mas é uma rede que está no nosso eleitorado, e podemos estimular conteúdos da campanha em grupos e listas de transmissão. Se a gente tem a oportunidade de pegar o número de alguém e adicionar lá, a gente mantém uma rede ativa e estimulada com conteúdos”, afirmou a publicitária.
Grupos de trabalho regionais
Já no período da tarde, as participantes se dividiram em grupos de trabalho regionais para desenvolver propostas com vistas ao empoderamento feminino nos estados.
A Secretária Nacional de Organização, Carla Piranda, reforçou a importância do agir feminino na ocupação dos espaços de poder dentro do partido.
“O PV é um partido que fala de empoderamento feminino, mas na hora de construir a chapa não chama mulher. […] Precisamos de maneiras objetivas de empoderamento”, defendeu a secretária.
Representando a região Norte, a pré-candidata a deputada estadual pelo Pará, Cris Vasconcelos, enfatizou a importância do crescimento feminino no partido e a união das mulheres para as eleições deste ano: “A partir deste evento vamos sair com mais propriedade para o nosso estado, pois foi uma troca fantástica de informações e palestras inovadoras. As eleições de 2022 serão eleições muito difíceis, então uma mulher precisa empoderar outra mulher, para que sustente e segure a mão da outra. Dentro do PV, precisamos de maior fiscalização do repasse para as estaduais e o fortalecimento das mulheres dentro do diretório nacional”, declarou a pré-candidata.
Em nome da região Nordeste, membra do diretório nacional Adelaide Braga, abordou a importância da leitura necessária na distribuição dos recursos, a garantia dos 30% nos conselhos opinativos da federação e o apoio financeiro do partido nas candidaturas femininas viáveis: “Precisamos acompanhar os recursos dos estados. Quando a gente fala de política pública é a visão do sistema na solução do problema apresentado, seja ele qual for. […] Eu gostaria que vocês levassem isso em conta”, afirmou a membra do diretório nacional.
Representando a região Sudeste, membra da diretório estadual de São Paulo e da Executiva Nacional do PV, Ana Acilda Alves, propôs para próximos encontros um o momento para que as secretárias estaduais expusessem as dificuldades que estão enfrentando em seus estados, além de um calendário de ações simultâneas e uma assessoria midiática: “Peço à secretária nacional para cobrar onde estão sendo aplicados os recursos das mulheres e os resultados obtidos com esses gastos, e para que seja solicitado apoio ou assessoria midiática, para a divulgação de ações internas e externas dos estados, declarou.
Em nome da Região Sul, a vice-presidente do PV do Paraná, Rosane Ferreira, apontou que é preciso conhecer as mulheres brasileiras para que seja possível representá-las e reforçou a necessidade conhecer a população em situação de rua: “Precisamos conhecer a população de rua, para que a partir deste momento a gente consiga atuar sobre esse fator de luta determinante”.
A vice-presidente do PV Paraná também falou sobre a importância da inclusão da pessoa com deficiência nas escolas e a necessidade do estímulo para capacitá-las para o mercado de trabalho: “A inclusão é o caminho”, finalizou.
Encerrando o momento de conversa, a Secretária da Mulher no Distrito Federal e membra da Executiva Nacional, Renata Fortes, explanou sobre a importância das candidaturas coletivas e a inclusão feminina na votação da federação: “Precisamos garantir mais vagas para as mulheres verdes. Finalizo minha fala com muita gratidão, pois está sendo um momento muito bacana e saio daqui com o compromisso da candidatura coletiva”, concluiu.
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