Concentrada nos casos de homicídio e feminicídio, a Operação Cronos levou para a cadeia um total de 2.627 pessoas e apreendeu 341 adolescentes. A ação envolveu mais de 7.800 policiais civis de todo o país e se propôs a combater crimes “tentados e consumados”, segundo informações oficiais. Deflagrada nesta sexta-feira (24), a força-tarefa é encabeçada pelo Ministério da Segurança Pública com o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia e, ao todo, enquadrou 2.968 indivíduos.
Segundo dados oficiais divulgados à imprensa, 42 pessoas foram presas pela prática de feminicídio – segundo dispositivo do Código Penal vigente desde março de 2015, trata-se de matar mulheres “por razões da condição de sexo feminino”, com pena de 12 a 30 anos de prisão. Outros 404 indivíduos foram presos por homicídio (crime de assassinato comum).
Além disso, 289 foram presos por crimes relacionados à Lei Maria da Penha (Le11.340/2006), que combate violência contra mulheres; 640 foram autuados em flagrante delito por posse/porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e outros crimes; e outras 1.252 pessoas foram presas em decorrência de mandados de prisão expedidos por outros crimes.
Também foram apreendidas 146 armas de fogo durante a operação, além de aproximadamente 383 quilos de entorpecentes como maconha, cocaína e crack. As investigações envolveram ainda a coleta de material genético a ser incluído em banco de dados até o fim de 2019, com cerca de 130 mil DNAs reunidos.
“O que nos importa é a proteção e a garantia da vida, sobretudo combater o feminicídio, esse crime covarde e inaceitável. Todos são, mas alguns são mais graves e repulsivos, sobretudo contra mulheres”, destaca o o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para quem a operação é um exemplo de como funcionará o Sistema Único de Segurança Pública. A legislação que cria o Susp (Lei nº 13.675/2018) foi sancionada pelo presidente Michel Temer, com vetos, em 11 de junho.
Ao escolher para a operação o termo “cronos”, cuja origem em latim denota “tempo”, as autoridades fazem referência à diminuição do tempo de vida das vítimas em razão dos assassinatos. “É a retirada da possibilidade de transcurso natural da vida das pessoas, ceifadas de seu tempo e da sua vida. Ao mesmo tempo, com a prisão do autor do crime, retiramos dele o ‘tempo’ de prática de novos delitos”, diz comunicado do comando da Polícia Civil.
Fonte: Congresso em foco