A ONU Mulheres no Brasil apresentou no dia 19 de maio, durante o webinário “Chamada para Ação: por mais meninas e mulheres no esporte”, iniciativas que estão sendo implementadas em busca de um ambiente esportivo mais igualitário. A organização também mostrou a prévia de uma pesquisa que evidencia a grande disparidade entre os gêneros no esporte e convocou entidades e empresas a se juntarem à missão para reverter o cenário.
A pesquisa “Políticas de igualdade de gênero e inclusão das mulheres: mapeamento das organizações esportivas nacionais e internacionais” expôs que ainda há uma grande disparidade entre gêneros no esporte e que um longo caminho ainda precisa ser percorrido. Os números mostram a grande defasagem na presença de mulheres em cargos de comando e lideranças nas organizações esportivas em relação aos homens.
“A ONU Mulheres convida todas as entidades a participarem das nossas inciativas”, destacou Ana Carolina Querino, vice-representante e gerente de programas da ONU Mulheres no Brasil, ao fim do webnário. Para a entidade, o esporte é como uma ferramenta de empoderamento de meninas, que desenvolve autoestima, capacidade de liderança, autonomia financeira, sexual e reprodutiva.
Brasil e a pouca representatividade feminina no esporte
No Brasil, apenas duas federações esportivas possuem mulheres no cargo de presidência (Ginástica e Remo). Além disso, apenas 10, das 34 federações olímpicas, cumprem a meta mínima do Comitê Olímpico Internacional (COI) de uma inclusão de 30% de mulheres na principal estrutura de gestão executiva da entidade. E apenas 10 confederações brasileiras olímpicas desenvolveram políticas ou ações direcionadas para a mulher no esporte.
Se comparado ao resto do mundo, o Brasil está ainda mais atrasado. Ao todo, seis federações internacionais têm mulheres na presidência (badmínton, golfe, esqui-alpino, tênis de mesa, curling e triatlo). E já são 11 federações internacionais olímpicas cumprindo a meta mínima de 30% do COI.
Porém, uma das principais ações, em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional, e em parceria com a ONG Empodera e o Comitê Olímpico do Brasil, é o programa “Uma Vitória Leva à Outra”, que visa desenvolver a igualdade de gênero no esporte e prevenir a violência contra meninas e mulheres.
Nos últimos quatro anos, a iniciativa, que é um legado das Olimpíadas Rio 2016, tem alcançado bons resultados na busca do empoderamento de meninas e mulheres por meio do esporte. Ao todo, 934 meninas foram beneficiadas pelo projeto na cidade do Rio de Janeiro nos últimos quatro anos.
Mulheres na Copa do Mundo de 2022
Apesar da pouca representatividade e investimento feminino no esporte mundial, nesta semana, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou que a Copa do Mundo de 2022, disputada no Catar entre novembro e dezembro, terá seis oficiais de arbitragem mulheres, três árbitras principais e três assistentes – entre elas, a auxiliar brasileira Neuza Ines Back, de Santa Catarina. Esta é uma ocasião inédita na história da competição masculina.
As três árbitras selecionadas foram Stephanie Frappart, da França, Salima Mukansanga, de Ruanda, e Yoshimi Yamashita, do Japão. Já as assistentes, além de Neuza, são a mexicana Karen Díaz Medina e a norte-americana Kathryn Nesbitt. Todas as escolhidas têm experiência trabalhando em partidas masculinas.
“Nós enfatizamos que o que conta é a qualidade, não o gênero”, disse o italiano Pierluigi Collina, chefe do comitê de arbitragem da Fifa. “Eu espero que, no futuro, a escolha de mulheres oficiais de arbitragem de elite para competições masculinas importantes seja percebida como algo normal, e não sensacional”, afirma.
Com informações: Globo Esporte / Placar