Demarcação de terras indígenas está entre as demandas reivindicadas no Acampamento Terra Livre, que acontece em Brasília
Nossa presença enquanto mulheres no ATL é sempre para trazer nossas pautas específicas”, afirma Braulina Baniwa, antropóloga e ativista pelos direitos dos povos indígenas. Braulina é uma das seis mil pessoas que se deslocaram até a Praça da Cidadania em Brasília (DF) para participar do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do Brasil.
Este ano o acampamento ocorre entre os dias 24 e 28 de abril com o tema “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”. Entre as principais demandas do movimento estão a demarcação das terras indígenas, enfrentamento do racismo ambiental e das violações de direitos causadas pelas mudanças no clima.
Organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras articulações indígenas, o Acampamento Terra Livre está em sua 19° edição.
Entre as ações já realizadas está o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas no salão nobre da Câmara dos Deputados, além da marcha em frente ao Congresso Nacional pelo enfrentamento a projetos de lei anti-indígenas.
A programação é variada e permite também a participação de não indígenas. Há rituais de espiritualização, noites culturais, atos contra o marco temporal e plenárias de assuntos diversos.
“Para gente colocar que a violência de gênero impacta nosso corpo, a falta de demarcação de terras impacta nosso corpo-território enquanto mulheres indígenas. Então, nossa pauta é para além de demarcação, é para também falar dessa dor causada pela violação dos nossos direitos”