Fixado há meses na vaga de vice de Eduardo Paes, do PSD, à reeleição para o ano que vem, o PT do Rio tem, há uma semana, um grupo de filiados que deseja emplacar o nome de Anielle Franco na chapa do atual prefeito da capital fluminense.
Sem partido, a ministra da Igualdade Racial já estava sendo cogitada como uma filiação futura por setores petistas mas, agora, entrou no radar dos planos da sigla para as eleições municipais de 2024. Ela é irmã de Marielle Franco, assassinada em 2018.
Foi a passagem de Anielle pelo Rio junto a Lula, para o lançamento do Novo PAC, que chamou a atenção de líderes do PT carioca para a possibilidade de lançá-la como vice. Na avaliação da ala partidária que passou a defender essa ideia desde então, Anielle se destacou em dois eventos dos quais participou, ambos com a presença de Paes: o lançamento de um anel viário na Zona Oeste carioca e um jantar oferecido por Paes a Lula e outros políticos na Gávea Pequena, na Zona Sul.
O entendimento, em conversas internas, é de que Anielle teria um perfil complementar ao de Paes e poderia representar um reforço aos esforços do município contra o poder das milícias, sobretudo a partir do eventual desfecho do crime que tirou a vida da irmã, Marielle.
O movimento, se concretizado, abriria ainda uma vaga na Esplanada dos Ministérios que os petistas, é claro, pretendem ocupar. Além do convencer Anielle a se filiar e a abrir mão da chefia da pasta, os responsáveis pela articulação vão esbarrar ainda em Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT que lançou o próprio filho, Diego Zeidan, a vice de Paes. E em André Ceciliano, ex-presidente da Alerj e secretário de Assuntos Federativos do governo, também cotado na disputa.
Em 2021, após um encontro com Lula registrado nas redes sociais, Anielle se manifestou publicamente após petistas passarem a cogitar que ela havia se filiado:
“(…) Ainda não sou filiada a nenhum partido. Não ainda”, escreveu a jovem, em uma mensagem finalizada com emojis (uma estrela, como a símbolo do PT, entre eles).