OPINIÃO | embora as mulheres sejam maioria nos níveis de graduação e pós-graduação, somos menos de 34% dos pesquisadoras no mundo. Nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, apenas 35% das matrículas são de mulheres
No início dos anos 2000, a filósofa Susan Bordo introduziu o conceito de “o outro” para denotar a posição social periférica ocupada pelas mulheres na ciência. “Outro”: que não é igual, que não pertence a um grupo, que está à margem. Hoje, apesar dos avanços, essa metáfora persiste como um eco da jornada longa e cheia de obstáculos enfrentada por mulheres e meninas no mundo acadêmico.
Os dados revelam panorama ambíguo: embora as mulheres sejam maioria nos níveis de graduação e pós-graduação, somos menos de 34% dos pesquisadoras no mundo. Nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), apenas 35% das matrículas são de mulheres. No Brasil, o contingente é de 31%. Na Academia Brasileira de Ciências (ABC), elas estão presentes em apenas 14% das posições. O levantamento é da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Isso reflete, entre outros aspectos, estereótipos profundamente enraizados desde a infância, quando meninas são desencorajadas a se aventurar em disciplinas e atividades consideradas “para meninos”.
Fonte: Exame