Expectativa é zerar os R$ 5 bilhões até o final deste ano; pagamentos possibilitam votos em instituições e integralizações.
O governo brasileiro pagou R$ 3,8 bilhões em dívidas a organismos internacionais em 2023. O Ministério do Planejamento e Orçamento disse nesta 4ª feira (6.dez.2023) que R$ 2,4 bilhões do total eram referentes a dívidas contraídas em gestões anteriores e R$ 1,4 bilhão são do governo atual. O pagamento representa a quitação de 76% do total devido, de R$ 5 bilhões, a 120 instituições.
A ministra Simone Tebet (MDB – MS) disse que “o esforço para quitar dívidas atrasadas reflete a compreensão e o compromisso do governo do presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva (PT)] com soluções negociadas e maior integração com nossos vizinhos”.
O Governo ressaltou os montantes pagos a instituições ligadas ao Mercosul. Em abril, US$ 99 milhões foram pagos à Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul), possibilitando novos investimentos em território brasileiro. Projetos podem chegar a atrair US$ 70 milhões.
A quitação da dívida externa permite que o país participe e tenha voto nas instituições, além de integralizações –compra de ações em nome do Brasil em bancos internacionais. Os pagamentos ao Mercosul fortalecem as relações com o bloco no ano em que o Brasil está na presidência rotativa.
O ISM (Instituto Social do Mercosul) recebeu nesta 4ª (6.dez) cerca de R$ 14,6 milhões, enquanto Parlasul (Parlamento do Mercosul) e a SM (Secretaria do Mercosul) receberam R$ 21,8 milhões. Segundo o comunicado do governo, a maior parte das dívidas se concentrou nos últimos 6 anos. A expectativa é que o R$ 1,2 bilhão remanescente seja pago até o final do ano.