A mulherada está dando o que falar quando o assunto é grafite
O grafite é uma modalidade artística essencialmente urbana, que se revela nos mais variados lugares, colorindo a paisagem cinza da cidade.
Estes murais que ficam expostos o tempo todo para quem quiser ver estão ganhando espaço e o reconhecimento da população e da prefeitura de São Paulo, que elegeu o grafite como patrimônio histórico da capital paulista.
Em um meio que é predominantemente masculino, muitas mulheres tem conquistado o reconhecimento de seu trabalho, empodeirando a si próprias e a todas nós ao apagar, aos poucos, preconceitos e estereótipos machistas com uma lata de spray e muita criatividade.
Confira o trabalho de 7 grafiteiras que estão dando o que falar no Brasil e no mundo! ;D
Nina Pandolfo
Ela nasceu no interior de São Paulo e decidiu viver de sua arte aos 24 anos de idade. Seus desenhos são coloridos, cheios de vida e com uma grande constância de figuras femininas.
“Tenho 4 irmãs mais velhas, ou seja, nasci num lar praticamente feminino, toda esta influência, com certeza atingiu tanto meu ser como meu trabalho. Desde pequena meus desenhos eram delicados, femininos e alegres, cheio de bichos e amor,” disse ela em entrevista ao Correio Brasiliense.
Confira mais do trabalho de Nina em seu site oficial!
Criola
Tainá Lima, mais conhecida como Criola, utiliza seu trabalho para questionar os padrões de beleza impostos às mulheres, bem como fortalecer a identidade e a representatividade afro brasileira em Belo Horizonte.
A mineira começou a grafitar há cerca de três anos e em entrevista ao Portal Namu declarou: “Meu objetivo enquanto mulher negra e grafiteira é contrapor a publicidade que explora um padrão de beleza europeu e não retrata a realidade da miscigenação do nosso povo brasileiro. Desejo honrar através dessa arte aqueles que um dia tiveram sua liberdade cerceada em razão da cor e acredito que é graças a eles que estou aqui hoje. Na medida em que a representatividade dos negros aumenta em todas as áreas e segmentos, os estereótipos se enfraquecem”.
Mag Magrela
A paulistana de 30 anos começou a grafitar em 2007 e também retrata frequentemente o universo feminino em seus trabalhos.
“Quando comecei a pintar eu queria fugir do estereótipo “trabalho de menina”, fazia personagens masculinos e infantis. Mas percebi o grande poder de se pintar nas ruas e busquei mudar, desenhar mais, achar meu estilo. Hoje o universo feminino existe no meu trabalho por ser meu reflexo, pela maturidade como ser humano, que tem dores, dúvidas, angustias. Tudo isso reverbera nas obras,” revelou a artista ao Correio Brasiliense.
Sinhá
Ela é natural do Rio Grande do Norte e mora em São Paulo, onde entrou em contato com o grafite. Sinhá, como é conhecida, se utiliza da arte para transmitir mensagens e problematizar questões cotidianas.” É uma arma para o bem”, disse ela ao programa Manos e Minas, da TV Cultura.
Bem como as outras artistas desta lista, ela também se preocupa com a representação do feminino, retratando personagens com cabelos longos, seios aparentes e formas de mulher.
Tikka
Ana Carolina Tikka retrata nos muros de São Paulo bonecas coloridas e de olhos grandes. Ela grafita há 10 anos e já declarou ao site colorginarteurbana que sua inspiração vem principalmente de sonhos e sentimentos.
“Não tento passar algo específico, não sei também explicar exatamente de onde vem a minha inspiração. Sei que gosto de coisas bonitas, mundos fantásticos e, principalmente, em caprichar nas expressões dos personagens de maneira que atinja quem o vê”.
Minhau
Ela é esposa do também grafiteiro Chivitz e não é a toa que é chamada de Minhau, já que costuma cobrir a cidade cinza com gatos de diversos tamanhos, estilos e cores.
Pamela Castro
A carioca de 32 anos de idade costuma questionar a liberdade feminina, principalmente naquilo que diz respeito ao corpo, sexualidade e subjetividade da mulher.
“Quando comecei, não tinha ciência da minha temática. Fazia autorretrato sempre “boladona”, com a cara fechada. Não entendia essa característica. Com o tempo, meu trabalho mudou. A imagem já não era mais o autorretrato, eram mulheres de uma forma geral femininas, que transmitiam suas histórias. Tenho a necessidade de me expressar e entender o universo feminino,” analisou a artista ao Correio Brasiliense.
Fonte: Oba Oba
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