A vereadora Maria Leticia Fagundes (PV) organizou, nesta semana (14.02), uma reunião pública na Câmara Municipal de Curitiba com representantes de diversos movimentos sociais para discussão de políticas públicas para mulheres. “A partir de hoje, quero reafirmar que a Câmara de Vereadores está aberta às mulheres e vai ser assim enquanto eu estiver no mandato”, disse Maria Leticia logo na abertura do evento.
Ela destacou ainda que tinha dois objetivos específicos na pauta: recolher opiniões sobre as proposições que, por exemplo, multam assédio em locais públicos, dão prioridade às mulheres agredidas na obtenção de empregos, ou garantem a elas transporte público gratuito em Curitiba durante a vigência das medidas protetivas. Outro desejo dela era planejar um seminário, com toda a bancada feminina e movimentos sociais, no mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.
O evento teve cerca de 50 participantes, que puderam se manifestar sobre diversos temas. A coordenadora estadual de Política da Mulher, Terezinha Ramos, disse que “na Casa da Mulher Brasileira e no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher ninguém mexe”. Ela disse ainda que a Prefeitura de Curitiba “voltará a conversar com os movimentos sociais”. Sobre a manutenção da Secretaria Extraordinária da Mulher ela não se manifestou, mas disse que “a construção ainda é possível, talvez não neste momento”.
A Casa da Mulher Brasileira, inaugurada em junho de 2016, fica na avenida Paraná, 870, no bairro Cabral. É um espaço que reúne a Delegacia da Mulher, Defensoria Pública, Juizado da Violência Doméstica, Ministério Público, Patrulha Maria da Penha e serviços de suporte psicológico e de assistência social.
Com a decisão do atual prefeito, Rafael Greca, de não nomear alguém para a Secretaria Municipal Extraordinária da Mulher, representantes dos movimentos sociais questionavam se as obrigações de Curitiba com o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres seriam mantidas. No início da reunião, a vereadora Professora Josete (PT) foi uma das pessoas que formulou esse questionamento.
Além de Josete, as vereadoras Fabiane Rosa (PSDC) e Katia Dittrich (SD) também estiveram na atividade, participando do seu início. Elas relataram experiências pessoais que associam à violência contra a mulher e se dispuseram a apoiar iniciativas que combatam a violência contra a mulher. Goura (PDT), Osias Moraes (PRB) e Marcos Vieira (PDT) enviaram representantes.
Diversos movimentos sociais estiveram presentes, como a União Brasileira de Mulheres, Rede de Mulheres Negras, Coletivo de Jornalistas Nísia Floresta, Mães Pela Diversidade, Rede Feminista de Saúde, Fórum Popular de Mulheres, Mais Mulheres no Direito, as comissões de Estudo de Violência de Gênero e de Apoio às Vítimas de Violência da Ordem dos Advogados no Paraná, além de representantes da Secretaria Municipal de Recursos Humanos, da Defensoria Pública, da Itaipu Binacional e docentes dos cursos de direito da UFPR e da Unibrasil.
8 de Março
Durante a reunião pública, a realização de uma paralisação internacional de mulheres no próximo dia 8 de março foi citada diversas vezes. A iniciativa reúne grupos feministas em 30 países, como o Ni Una Menos (em português “nem uma a menos”), na Argentina. A intenção das vereadoras era utilizar o evento de hoje para planejar um seminário na Câmara Municipal sobre violência contra as mulheres, mas com o dia 8 reservado para a atividade, e outras agendas no Legislativo para a véspera, 7 de março, decidiu-se que a organização continuará sendo feita pela internet. “Vamos buscar o consenso”, disse Maria Leticia.
Fonte :https://www.vereadoramarialeticiafagundes.com