Não é novidade que praticamente tudo que a futura mamãe faz durante a gestação interfere na saúde do bebê. Agora, uma revisão sistemática de oito estudos observacionais descobriu que o risco de a criança ter asma na infância aumenta 34% quando a mulher usa inibidores da bomba de prótons (P.P.I) e 57% com o consumo de antagonistas dos receptores de histamina-2 (H2). Essas substâncias estão presentes em remédios antiácidos.
Os bloqueadores de P.P.I. e H2 são considerados medicamentos prescritos seguros e eficazes para tratar a doença de refluxo gastroesofágico, uma complicação comum na gravidez. Para comprar esse tipo de remédio basta ir direto na prateleira da farmácia, sem receita.
Nenhum estudo observacional pode estabelecer causalidade, fatores genéticos ou ambientais que poderiam explicar essa associação. No entanto, a relação entre o consumo dos remédios pelas mães e os casos de asmas nos filhos persistiu mesmo depois que os cientistas controlaram diversas variáveis, como o uso de outras drogas durante a gravidez, a idade da mãe ao dar à luz e o tabagismo.
“Mais estudos prospectivos de observação clínica são necessários para confirmar esses resultados antes que as recomendações sobre a restrição de medicação supressora de ácido durante a gravidez possam ser administradas”, disse o autor principal do estudo, o Dr. Huahao Shen, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Zhejiang, em Hangzhou, na China.
No entanto, o especialista acrescentou que as informações dessa revisão podem ajudar os clínicos e as mães a terem cautela na hora de decidir se devem tomar drogas para supressão de ácido durante a gravidez, por conta do risco ao bebê.
Fonte: UOL