Escrever alguns dos tantos momentos que tenho vivido foi uma das melhores ideias pra eternizar cada sentimento, cada descoberta e até cada medo também. Já me imagino daqui a alguns anos ou na segunda gestação relendo as experiências da primeira. A série “Tô grávida: e agora?”, pensada justamente para compartilhar minhas experiências com outras mamães, outras grávidas e outras futuras gestantes, se tornou, para mim, um espaço especial e espero que estejam gostando. Este quarto texto está sendo escrito durante a minha 19ª semana, a barriga já está aparente e tem acontecido muita coisa.
Além das consultas mensais na UBS, também tiro minhas dúvidas lendo, volta e meia a Caderneta da Gestante. Curioso que, sempre acho que li tudo, dai volto lá naquela fase que estou vivendo e as informações fazem ainda mais sentido. E juro que não é propaganda não. Quer um exemplo? Eu passei a reparar que estava com cãibras constantes e fiquei curiosa sobre isso. Falei aqui com minha colega Luísa Tiné, que também está grávida, e ela disse que ouviu dizer que era comum. Fui checar na Caderneta! São sim comuns na gestação e não representam grande preocupação. Além de me esclarecer, o documento também me deu dicas de como evitar essas cãibras. Show! Mas, é só isso de novidade? De jeito nenhum.
Como disse, estou agora com 19 semanas completas, ou, se preferirem, metade do caminho (levando em conta que a gravidez alcança em média 40 semanas – podendo passar disso, claro!). Meu Deus! Metade! Passa muito rápido e eu só tive um sentimento: mais e mais vontade de curtir cada segundo.
Veja o vídeo acessando ao link da matéria: Blog da Saúde
Um dia antes de completar as 19 semanas eu dormi mal. Parecia que meus órgãos estavam se apertando e minha barriga era como um balão se enchendo. Foi a noite toda assim. Até brinquei pela manhã com o Lauro (o pai) que eu tinha sentido como uma escavação de espaço. Lendo depois, constatei que é justamente isso. A essa altura, meu útero começa a se expandir, a minha barriga tem cresce 1 cm por semana, em média, segundo o acompanhamento pré-natal, e o bebê, que já tá formadinho, fica cada dia mais crescidinho. Ount…!
Agora as consultas que são mensais parecem demorar mais de um mês (risos). Mas é tudo ansiedade em saber se está tudo bem. E, posso estar louca, mas mesmo sem poder vê-lo ou tocá-lo, eu sinto que ele está. Coisas sobrenaturais de mãe! Pelo SUS, o pré-natal segue um cronograma e só com 28 semanas que as consultas passarão a ser de 15 em 15 dias. E, de novo, se não há dor, sangramento ou outro fator que te leve a se preocupar, não há motivo para isso. Comigo tem corrido tudo bem e isso segura a ansiedade.
Cronograma do pré-natal no SUS
- Até a 28ª semana – mensalmente;
- Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente;
- Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente.
Fonte: Caderneta da Gestante
Mais uma ida à emergência hospitalar
Fora a vontade de louca de ver o rostinho desta criança (e ao mesmo tempo o interesse em mantê-la aqui dentro por mais tempo), algumas outras coisas aconteceram: estive novamente na emergência do Hospital Materno Infantil (Hmib) aqui de Brasília (a primeira vez ocorreu nas primeiras semanas por conta de uma cólica de outro mundo). Desta vez o que me levou foi a insistência de vômitos, que me preocuparam porque eu não vomitei nem nos primeiros meses. Além de dor de cabeça, enjoo, diarreia e total falta de apetite. Estava três dias assim quando pensei: ‘não sou mais apenas eu. Preciso saber o que há’.
Orientação do Ministério da Saúde – O Ministério da Saúde orienta que a mulher gestante, caso tenha sintomas parecidos, procure sua Unidade Básica de Saúde. Os profissionais estão preparados para o manejo das intercorrências mais frequentes na gestação.
Antes de continuar a contar, queria deixar registrado aqui todo o meu carinho pela médica que me acolheu. Eu não peguei autorização pra citar o nome dela e por isso não convém dizer, mas que profissional maravilhosa! Ela me perguntou sobre uma viagem que havia feito e me examinou. Suspeitou de virose e pediu exames de emergência, feitos lá mesmo. Resultados em mãos, a obstetra explicou que com o bebê estava tudo bem. Ouvimos o coração dele que batia a 160 bpm. Que alívio!
Mas comigo não estava tudo tão bem. Meu corpo estava lutando contra uma infecção alimentar. Por isso nada parava no estômago e eu não podia ficar desidratada. Se fosse nas semanas finais, em que o bebê estivesse ganhando peso, isso seria um problema mais sério. De toda forma, fui medicada e orientada sobre repouso e alimentação. A infecção durou sete dias. Foi sofrido, mas eu passo bem agora. Se tirei algo bom disso foi ter ouvido o coração do bebê… tutututututu. Bem rápido!
No mais…
As semanas seguem cheias de calores. Sim, tenho percebido que estou mais calorenta. E isso tende a piorar. A autoestima, que confesso estava pouco abalada pelas inúmeras mudanças no corpo, foi resgatada com um corte de cabelo (simples assim). E eu super recomendo! Não o corte de cabelo, mas o resgate da autoestima para as gravidinhas que também não estão se sentindo bem. Isso pode prejudicar o curso lindo desse momento mágico, então, faça alguma coisa para torna-lo mais fácil e agradável.
Pra terminar, trabalho no Ministério da Saúde, né? Tenho que dar exemplo (risos). No primeiro dia da Campanha de Vacinação contra a gripe fui já pra o posto me imunizar contra o H1n1. Eu ia esperar a consulta da semana que vem, mas não precisa esperar nada. Somos público-alvo e precisamos nos proteger. Foi rápido, o braço doeu um pouquinho, mas a proteção tá garantida. Brinco com isso de jeito nenhum! Afinal, aqui são duas vidas agora. Uma é, a cada dia, a coisinha mais valiosa que eu posso ter.
Fonte: Blog da Saúde