O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou nesta terça-feira (28) o envio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva de uma lista tríplice exclusivamente composta por mulheres para uma das vagas destinadas à advocacia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela organização das eleições no Brasil.
As indicadas são as advogadas Cristina Maria Gama Neves da Silva, Estela Aranha e Vera Lúcia Santana Araújo — esta última já atua como ministra substituta no TSE. A escolha final caberá a Lula, que deverá nomear uma delas para ocupar uma das duas cadeiras da advocacia na Corte Eleitoral.
Atualmente, essas cadeiras são ocupadas pelos ministros André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques, que integram uma outra lista, composta exclusivamente por homens, também encaminhada ao presidente. Apenas um deles poderá continuar no cargo.
Durante a sessão que aprovou a lista feminina, a ministra Cármen Lúcia — atual presidente do TSE — destacou a importância da medida para garantir a paridade de gênero na composição da Corte. Segundo ela, sem essa ação afirmativa, o tribunal poderá voltar a ser inteiramente masculino nas eleições presidenciais de 2026.
“Se hoje chegasse a este plenário uma nova ministra do STF e ela tivesse menos de 60 anos, levaria 15 anos para a próxima presidente do TSE ser uma mulher. Demorará pelo menos uma década e meia para que nós tenhamos de novo uma mulher presidindo o TSE”, afirmou Cármen Lúcia, ao ressaltar os desafios enfrentados pelas mulheres para alcançar os cargos mais altos do Judiciário.
O TSE é composto por sete ministros: três oriundos do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois representantes da advocacia, além de ministros substitutos. De acordo com a Constituição, cabe ao presidente da República nomear os representantes da classe dos advogados.
Atualmente, além de Cármen Lúcia na presidência, integram o plenário do TSE os ministros Nunes Marques (STF), André Mendonça (STF), Antonio Carlos Ferreira (STJ), Maria Isabel Galotti (STJ), André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques (advocacia).
Fonte: Agência Brasil