Caso veio à tona em novembro de 2018; logo depois, eles foram afastados das atividades.
Os quatro servidores municipais de Guaratuba, no litoral do Paraná, que usaram câmeras de monitoramento para espiar mulheres voltaram a trabalhar.
Eles estavam afastados desde o fim de novembro, quando o caso veio à tona, e retornaram às atividades na terça-feira (8). Contudo, para funções diferentes. Até o momento, as novas funções não tinham sido informadas. Na época do ocorrido, eles atuavam no setor de monitoramento.
Além de espiar mulheres de biquíni nas praias, eles também observaram uma hóspede dentro de um quarto de hotel e até uma adolescente na rua. Eles davam zoom nas câmeras e aproximavam em partes do corpo, como a bunda.
A mãe de uma adolescente de 17 anos chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) dizendo que a filha foi uma das vítimas filmadas na praia pelas câmeras de segurança da prefeitura.
Medidas legais
A administração municipal abriu uma sindicância para apurar o caso, e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) instaurou um inquérito civil.
Na terça-feira, a Prefeitura de Guaratuba informou que a comissão de sindicância concluiu os trabalhos dentro do prazo de 30 dias e sugeriu a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
De acordo com a administração municipal, o prefeito Roberto Justus (DEM) acolheu o relatório da comissão e determinou a abertura da PAD.
Como os funcionários são concursados, eles apenas podem ser penalizados após o PAD, que tem prazo de 90 dias para ser concluído, podendo ser prorrogado.
As penas vão desde repreensão até demissão, conforme a lei. A procuradora-geral Denise Lopes Gouveia afirmou, à epoca, que pela gravidade do fato, “certamente será uma tipificação para demissão”.
Central de monitoramento
A central de monitoramento fica em um prédio e tem 16 funcionários. Outros servidores do setor viram os vídeos das mulheres quando procuravam imagens de um adolescente que desapareceu depois de entrar no mar.
Wellington Bruno Kluger Moreira, de 13 anos, desapareceu em Guaratuba, no dia 16 de novembro. Depois de dois dias, o adolescente foi encontrado morto no mar, em Matinhos, também no litoral.
Fonte: G1