Saúde, vulnerabilidade, identidade, equidade, acolhimento, pobreza, preconceito, prevenção, comunicação, vitimização, sexismo, machismo, racismo, estigma e discriminação: esses e um grande leque de outros temas correlatos serão abordados ao longo dos dois dias da oficina “Saúde Integral das Mulheres Jovens e Adultas Vivendo com HIV/Aids”, realizada em Brasília nesta terça-feira (19) e quarta-feira (20).
O evento é promovido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, em estreita parceria com os departamentos de Apoio à Gestão Participativa (DAGEP) e de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES) e com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).
Participam do encontro representantes do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas (MNCP), da Marcha das Margaridas, da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids e de movimentos sociais de profissionais do sexo, de mulheres trans, lésbicas e bissexuais, de mulheres do campo, águas e floresta, de mulheres indígenas e quilombolas, de mulheres do movimento negro ou em situação de rua ou que usam drogas, entre outros.
“Este é o primeiro evento de 2016 e será uma ótima forma de começar o ano: discutindo com vários segmentos da sociedade civil quais os próximos passos a serem dados para garantir avanços à saúde integral das mulheres vivendo com HIV/aids”, disse o diretor do DDAHV, Fábio Mesquita, ao abrir a oficina. “Esperamos sair daqui com uma pauta pragmática e produtiva de ações inovadoras”, afirmou o diretor.
Também presente à mesa de abertura – ao lado da diretora do DAGEP, Kátia Souto, do diretor do DAPES, Maurício Vianna, e da secretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas da SPM, Rosali Scalabrin –, a diretora adjunta do DDAHV, Adele Benzaken, lembrou que o grande objetivo da oficina é “fortalecer a disseminação de informação sobre a saúde integral das mulheres vivendo com HIV/aids”. “E que saiamos daqui com clareza sobre como disseminar algumas especificidades que existem no cuidado de mulheres que vivem com esse agravo”, reiterou.
O primeiro dia da oficina transcorreu entre atividades de grupo, debates e exibição de vídeos. Pela manhã, após uma dinâmica de acolhimento, seguiu-se a atividade “Mulheres vivendo com HIV/aids e suas vulnerabilidades” e a apresentação de vídeos relevantes ao tema. À tarde, com moderação de Adele Benzaken, uma exposição dialogada sobre a saúde das mulheres colocou em pauta temas como “Saúde sexual e saúde reprodutiva”, “Atenção obstétrica”, “Prevenção ao câncer de colo de útero e de mama + Imunização (dTPa, HPV)” e “Prevenção Combinada”.
PLURALIDADE – Juntas, ao longo desses dois dias de oficina, esse conjunto de mulheres brasileiras pretende fazer frente a um triste status quo: no Brasil, a maior vulnerabilidade da mulher vivendo com HIV/aids ainda é o preconceito.
“O encontro está sendo muito importante, especialmente por sua pluralidade: por estar reunindo mulheres do campo e da cidade, das águas e da floresta, com espaço para a escuta e o respeito às vivências dessas mulheres – que são um símbolo da luta contra a discriminação e pela emancipação feminina”, disse a profissional do sexo Luelen Gemelli, do Rio Grande do Sul, representante da União Brasileira de Mulheres (UBM).
A representante do Movimento Nacional de População em Situação de Rua do Rio de Janeiro, Maralice dos Santos, concorda. “Para mim, o encontro está sendo sensacional – é um espaço muito construtivo de aprendizado”, disse.
Fonte: Blog da Saúde