Fato curioso: apesar desta coluna ser direcionada às mulheres, a grande maioria dos comentários —também em sua maioria ofensiva— que recebo são de homens.
Acredito que se usassem dessa mesma energia para corrigir, cobrar e interromper outros homens em falas, atitudes machistas, misóginas e abusivas, estaríamos caminhando mais rapidamente para uma sociedade mais igualitária. Afinal, por que falamos, escrevemos, participamos de passeatas e criamos colunas e publicações sobre esses temas, enquanto os homens praticam violências e os outros acobertam? A conta não fecha e não fechará nunca.
O caso do jogador Daniel Alves é um exemplo recente dessa fraternidade entre os homens. A primeira coisa que ele fez após pagar multa por sua liberdade provisória pelo seu crime? Recebeu amigos encapuzados em sua mansão. Aos homens que me leem e talvez digam que ‘’nem todo homem é igual’’, vocês repreendem outros homens? Corrigem atitudes e falas errôneas? Denunciam abusos? Ser um aliado na luta contra a violência de gênero que as mulheres enfrentam diariamente é mais do que uma regra; é um problema que vocês devem assumir.
Dentro desse sistema patriarcal, os meninos e meninas são ensinados a se comportar de forma diferente em relação a comportamento, sonhos, ambição, vida sexual e mais. Isso levanta a questão: o que isso reverbera em situações de violência contra as mulheres, sutis ou não?
Fonte: Agência Patrícia Galvão