Desde o último domingo, cerca de 8 mil pessoas, principalmente mulheres, estão reunidas para a 13ª edição do Congresso Mundos de Mulheres, que faz parte do 11º Fazendo Gênero, ambos organizados pelo Instituto de Estudos de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nesta quarta-feira, 2, deve acontecer um dos grandes momentos da programação: a Marcha Internacional de Mulheres por Direitos. O objetivo é chamar a atenção para a luta dos movimentos de mulheres e suas interseccionalidades (sobreposição de identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação): LGBT+, gordas, com deficiência, negras, camponesas, indígenas, encarceradas e prostitutas.
Este é o momento mais esperado do evento. Ao longo da caminhada, o público pretende conscientizar as pessoas acerca de pautas como a violência e os preconceitos de gênero, o feminicídio, principalmente de mulheres negras, o direito ao aborto livre e seguro, além da desigualdade social entre homens e mulheres. Os preparativos, incluindo a confecção de cartazes, acontecem na Tenda Mundos de Mulheres, na Praça da Cidadania, em frente à reitoria da UFSC, conforme a coordenadora da comissão de movimentos sociais do evento, Vera Gasparetto.
— Lutamos contra este sistema patriarcal, racista, capitalista, ultra liberal, fundamentalista religioso, que nos subjuga, oprime, violenta e mata. Nossa luta é pela vida de todas as pessoas oprimidas em todas as partes do mundo.
Tendo em vista que o congresso reúne palestrantes e participantes de outros países, o protesto também visa à internacionalização do movimento feminista.
— Há séculos as mulheres do mundo marcham e a cada ano sentimos mais forte a necessidade de estarmos articuladas nos cinco continentes — dizem as organizadoras.
Para atingir o objetivo, alguns “gritos de guerra” foram compostos. O rap feminista é um exemplo: “Eu só quero é ser feliz / Andar tranquilamente com a roupa que escolhi / E poder me assegurar que de burca ou de shortinho / Todos vão me respeitar”. Um manifesto também foi escrito coletivamente e será lançado e aprovado pelas pessoas presentes na marcha.
Segurança
A concentração da manifestação está programada para as 15h no Terminal Integrado do Centro (Ticen) e tem saída prevista as 16h. Puxadas pelo coletivo Cores de Aidê, composto por mulheres negras que cantam e são percussionistas de samba reggae, o protesto vai percorrer a avenida Paulo Fontes, praça Fernando Machado, praça XV de Novembro, rua Tenente Silveira, rua Padre Roma, rua Felipe Schmidt, e rua Jerônimo Coelho, até voltar para o ponto de partida. A organização ainda orienta os participantes em torno da segurança ao longo da marcha:
— Procure andar sempre em grupo;
— Caso aconteça alguma coisa, acione a Segurança da Marcha, que estará de coletes alaranjados;
— A um sinal de tumulto, acionem um cordão humano de isolamento para afastar e anular ações provocativas.
A Polícia Militar diz não ter sido informada sobre a realização da manifestação, mas que garantirá a segurança dos participantes com o efetivo policial suficiente.
Transporte
A prefeitura de Florianópolis informou que deve colocar ônibus extras na tarde de quarta-feira para atender à demanda das pessoas que irão para a Marcha Mundos de Mulheres por Direitos. As linhas que fazem o trajeto da universidade até o Centro são: UFSC Semidireto (saída do ponto da Biblioteca Universitária) e Volta ao Morro Carvoeira e Pantanal (que saem dos pontos dos entornos da UFSC, referentes aos dois bairros).
Fonte: DC