O Instituto Avon, o Observatório da Mulher contra a Violência, do Senado Federal, e a Revista Gênero e Número desenvolvem um Mapa Nacional de Violência de Gênero, que deve ser lançado em novembro, durante a Campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, e um índice de qualidade e transparência dos dados sobre a violência, que deve ser lançado em março de 2024.
A procuradora Especial da Mulher do Senado, senadora Zenaide Maia, recebeu nesta 4ª feira, dia 30 de agosto, a diretora-executiva do Instituto Avon, Daniela Grelin, a coordenadora de Projetos, Pesquisa e Impacto do instituto, Beatriz Accioly, e a coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência, do Senado Federal, Maria Teresa Prado, para conversar sobre o a proposta e seu lançamento.
A plataforma integrará dados da Saúde, da Segurança Pública e da Justiça, ficando hospedado na página do OMV. “Este mapa ficará hospedado numa página pública e permitirá a constituição e consulta da evolução dos dados sobre a violência de gênero e seu enfrentamento, uma coisa que está prevista, desde 2006, no artigo 38 da Lei Maria Penha, mas que não tinha sido feita”, disse a diretora-executiva do Instituto Avon, Daniela Grelin.
Projetos
“Eu fico muito satisfeita com esta iniciativa, que permitirá um diagnóstico mais preciso e acurado para nossos gestores que precisam dar uma resposta efetiva a esta violência”, disse a senadora Zenaide. Ela lembrou sua experiência com vítimas de violência doméstica, quando atuava como médica nos prontos-socorros de hospitais públicos.
“A primeira coisa que o agressor de uma mulher faz é tirar, minar, ‘sugar’ a sua autoestima – como se fosse um ‘vampiro’ –, até fazê-la se sentir ‘culpada’ da agressão que ele comete contra ela”, comparou a senadora Zenaide, que lembrou até filmes que abordam aspectos sutis ou ostensivos dessa violência, como “Quem fica com os amigos” e “Dormindo com o inimigo”.
Para a senadora, o enfrentamento à violência contra as mulheres é um tema incontornável. Ela lembrou a luta legislativa, travada em 2018, para que os agentes policiais pudessem medidas protetivas em municípios que não são sede de comarca, e falou também sobre o recente projeto que apresentou – PL 3324/2023 –, para as mulheres vítimas de violência doméstica poderem receber, pelo menos temporariamente, o auxílio do Bolsa Família, para fugir à dependência do agressor.
“Só que a gente sabe que não empodera a mulher sem a política, precisamos trazer a mulher a para o poder de decisão”, destacou a procuradora.
Pioneirismo
A diretora-executiva da Avon ressaltou o pioneirismo da empresa no empoderamento econômico das mulheres. A empresa foi criada em 1887, chegou ao Brasil na década de 1960 e criou, em 2003, o Instituto Avon, que abraça campanhas sociais de importância para as mulheres como a prevenção do câncer de mama e o enfrentamento à violência de gênero.
“Em geral, a gente vem ao Parlamento para reivindicar ou para pedir. Por isso é uma sensação muito boa, esta, de entregar para uma instituição como o Senado Federal um produto e um serviço de relevância pública”, disse a coordenadora de Projetos, Pesquisa e Impacto do Instituto Avon”, Beatriz Accioly.
Também participaram da conversa a coordenadora da ProMul, Teresa Migliorini Estevão, a assessora Adriana Martins Dornelas, do OMV, e integrantes da equipe da ProMUl – Karem Raren Vilarins, Bárbara Kelly de Oliveira e Lunde Braghini Junior.