A revista “Nature” elegeu a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, como uma das dez personalidades mais importantes para a ciência em 2023. Definindo-a como “protetora da Amazônia”, o artigo destaca que, num ano que trouxe más notícias ambientais, com aquecimento global recorde e ondas de calor, Marina transmitiu uma mensagem de esperança quando anunciou, em agosto, uma queda de 43% nos alertas de desmatamento na Floresta Amazônica entre os meses de janeiro e julho, na comparação com o mesmo período do ano passado.
- Meio ambiente: COP do clima de Dubai avança pouco e põe pressão sobre encontro no Brasil
- Redução: Desmatamento na Amazônia registra menor índice histórico para novembro
A “Nature” afirma que “a reviravolta na proteção ambiental do Brasil” começou no primeiro dia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando Marina assumiu o cargo pela segunda vez, “com a dura missão de reconstruir o que estava desmantelado e, ao mesmo tempo, criar novos resultados para a política ambiental”, como a própria ministra declarou.
“Durante seu primeiro mandato, Marina Silva enfrentou atividades desenfreadas de desmatamento liderando o desenvolvimento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) — um programa que alcançou uma redução de 83% no desmatamento entre 2004 e 2012 na Amazônia brasileira”, diz o artigo. “Mas muitas das proteções que ela ajudou a implementar foram desmanteladas pelo governo de Jair Bolsonaro, presidente do Brasil de 2019 a 2022. Durante seu mandato, o governo emitiu 40% menos multas por crimes ambientais, e a exploração madeireira na Amazônia aumentou cerca de 60% em comparação com os quatro anos anteriores”.
O artigo destaca ainda dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostram que o desmatamento na Amazônia de agosto de 2022 a julho de 2023 é estimado em 22% abaixo do que foi nos 12 meses anteriores, a taxa mais baixa desde 2018, mas ainda cerca de duas vezes maior que a de 2012, quando o desmatamento foi o mais baixo desde que os satélites do Inpe começaram a fazer medições em 1988.
— O que me enche de alegria é ver em ação um conceito que me é muito caro: que a política ambiental não se restrinja a apenas um setor, mas que abranja todos os ministérios — comentou Marina Silva à “Nature”.
À revista, ela comentou ainda sobre a importância do combate às mudanças climáticas.
— Se os países não reduzirem as suas emissões de CO2 provenientes dos combustíveis fósseis, as florestas correm o risco de serem destruídas devido às alterações climáticas, da mesma forma (que com o desmatamento). Portanto, precisamos de uma mudança civilizacional, uma mudança nos nossos modos de vida — disse a ministra.