Nos grupos elas compartilham localização e usam códigos para comunicar se estiverem em perigo ou áreas de risco.
Um grupo de mulheres que dirigem por aplicativo se uniram para tentar se proteger enquanto trabalham nas ruas do Rio de Janeiro. Elas rodam de dia, à tarde e até à noite, e criaram uma rede para se sentirem mais segura.
De acordo com a motorista Carolina Maranhão, que já está há dois anos na profissão, ela e outras colegas de profissão resolveram criar um grupo nas redes sociais para compartilhar localização, e comunicar se estiverem em perigo, ou entrarem em áreas de risco. Além disso, elas também compartilham entre si contatos de familiares para casos de emergência.
“Nós utilizamos a tecnologia através de uma rede social onde um grupo fechado, privado, onde nós colocamos cada uma a foto do carro, os dados da nossa família, com telefone, pra que se acontecer alguma coisa, a gente consiga mais facilmente se locomover e manter todo mundo informado”, contou Carolina.
Há pelo menos dois anos dirigindo pelas ruas da cidade, as motoristas contaram que já passaram por situações difíceis. Mas a confiança que construíram umas com as outras ajuda a seguir com o trabalho.
“Uma vez, eu peguei uma alça errada na Linha Amarela, cai dentro da favela, já virei o carro e já comecei a chorar no whatsapp e alguém já entrou em contato comigo”, disse a motorista Anna Tatti.
“Então, isso te dá segurança, você nunca se sente sozinha, por mais que você esteja 3 horas da madrugada, num lugar deserto, como aqui agora, por exemplo, você não se sente sozinha, pq você sabe que ali você tem um grupo de pessoas que tá com você”, completou.
Um dos perigos da profissão é não escolher o passageiro ou saber previamente quem vai entrar no carro. Por isso, o grupo ressaltou a importância de poder compartilhar com outras pessoas aonde estão para, em caso de emergência, receber um socorro imediato ou um suporte emocional e físico em situações de perigo.
Patrícia Paixão também dirige por aplicativo e ressaltou a impotância do grupo e a relação de confiança que construíram umas com as outras para enfrentar o dia a dia nas ruas do Rio.
“Nós realmente confiamos uma nas outras, a gente sabe que a gente pode contar, a hora que for, de dia, de noite, de madrugada, a gente tá ali uma pra segurar a outra eu já passei por uma situação constrangedora, to há pouco tempo no grupo, mas eu peguei um passageiro que foi fazer o pagamento, dos assaltantes, então, eu realmente eu me senti com muito medo”, contou Patrícia.
Motorista foi estuprada e assassinada na Baixada Fluminense
A motorista de aplicativo Kátia Valéria Nunes Bastos, de 47 anos, foi encontrada morta dentro carro, há uma semana, na Rodovia Washington Luiz, altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
De acordo com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o carro pertencia à vítima, que era motorista de Uber.
Um homem foi detido por policiais militares quando tentava sair do local. Edvaldo dos Santos, de 35 anos, foi preso próximo ao local do crime e confessou que esteve com a vítima. O delegado que cuida do caso não descarta a participação de outra pessoa no crime.
A empresa responsável pelo aplicativo de transporte, para o qual a vítima prestava serviço, informou que repudia qualquer atitude violenta e lamenta a morte da motorista.
Fonte: G1