Carta divulgada ao final do encontro demonstra a necessidade de humanização do atendimento e a preocupação com impactos na saúde na implantação de grandes empreendimentos
A 1ª Conferência Livre de Saúde das Mulheres Indígenas resultou em um conjunto de 69 propostas, reunidas em torno de nove tópicos: Pré-natal, parto e puerpério; planejamento familiar; Prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e do câncer de colo de útero; Saúde mental e prevenção da violência contra as mulheres indígenas; Contratação, formação e capacitação dos profissionais de saúde que atendem às populações indígenas; Atendimento nas unidades de referência do SUS nos estados e municípios; Gestão e controle social da saúde indígena; Alimentação, acesso à água e sustentabilidade; e Impactos à saúde de empreendimentos.
A Carta das Mulheres será encaminhada à 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, cuja etapa final será realizada em agosto. Até lá, as participantes da Conferência Livre de Saúde das Mulheres Indígenas irão mobilizar suas comunidades para a participação de representantes indígenas nas etapas municipal, realizada até o fim de maio, e estadual, que vão ocorrer ao longo do mês de junho.
As mulheres indígenas reforçam na carta a necessidade de atendimento humanizado no SUS, especialmente quando estas precisam recorrer a uma maternidade para dar à luz. Reivindicam também um maior diálogo e integração com a medicina tradicional, inclusive com adequação dos processos de formação dos profissionais que vão atuar nas aldeias, ao contexto intercultural em que estarão inseridos. Alertam ainda para a necessidade de melhorar o sistema de referência para consultas com especialistas e realização de exames, bem como a realização de alguns procedimentos, como exames preventivos, nas próprias aldeias.
As conferencistas demostraram também preocupação com os impactos da degradação ambiental na saúde destas populações, principalmente com a implantação de grandes empreendimentos que possam representar poluição ou escassez de águas, argumento que usaram para solicitar a participação de representante da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) nos processos de concessão de licenças ambientais.
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Fonte: Portal da Saúde