Durante sua posse nesta quarta-feira (28/5), a nova ministra das Mulheres, Márcia Lopes, defendeu uma resposta firme e articulada contra a violência política de gênero. A declaração ocorre após os ataques direcionados à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante uma audiência no Senado. Para Márcia, o episódio é um alerta que exige ação coletiva e imediata do governo e das instituições democráticas.
“Estamos estarrecidas. Décadas de luta das mulheres por respeito não podem ser ignoradas. O que vimos com a Marina é inadmissível”, afirmou a ministra, em coletiva à imprensa. Segundo ela, é preciso ir além de manifestações de repúdio e construir uma estratégia nacional de enfrentamento. “A resposta não pode ser isolada. É preciso mobilização, coragem e ação conjunta.”
Márcia afirmou que o presidente Lula, que já expressou solidariedade a Marina Silva, deve dialogar com o Congresso Nacional para cobrar providências. Ela também destacou a importância de capacitar lideranças e militantes para enfrentar esse tipo de agressão. “Se eu estivesse lá, eu teria agido. É esse tipo de postura que precisamos incentivar. Não podemos naturalizar a violência”, disse.
A ministra revelou ainda que já iniciou articulações com a nova titular da Secretaria da Mulher da Câmara, deputada Jack Rocha (PT-ES), para construir mecanismos de proteção e estratégias de reação em espaços públicos e institucionais. As ações devem resultar em novas campanhas de conscientização e propostas legislativas voltadas à segurança das mulheres na política.
Por fim, Márcia Lopes alertou que os ataques a Marina Silva não são casos isolados, mas reflexo de uma escalada preocupante da violência política no Brasil. “Nos últimos anos, espalhou-se no país uma lógica de medo, perseguição e banalização da violência. Precisamos romper com isso. Garantir a presença segura das mulheres na política é essencial para a democracia e para a sociedade como um todo”, concluiu.
Fonte: Correio Braziliense