De acordo com a terceira edição da pesquisa Women @work, realizada pela empresa de consultoria Deloitte, 1 a cada 5 mulheres no mercado de trabalho têm problemas de saúde relacionados à menstruação e à menopausa. Foram ouvidas 5 mil mulheres, em dez países, entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. No Brasil, foram 500 entrevistas.
Entre as brasileiras, 49% trabalham mesmo que estejam sofrendo com cólicas — a média global é de 16%. Para 57% das profissionais do Brasil, empresas deveriam oferecer licença-remunerada para que elas não trabalhassem quando sentissem desconfortos menstruais.
Na medida que a idade avança, a tolerância à dor — ou a decisão de parecer uma profissional exemplar a qualquer custo — parece diminuir. No Brasil, 16% das mulheres estão propensas a trabalhar mesmo com dores ou sintomas associados à menopausa — a média mundial é de 20%. Também é menor (comparado à menstruação) o número das que reivindicam licença-remunerada para desconfortos da menopausa: 52%.
Crise de saúde mental
Principais responsáveis pelos serviços domésticos e cuidado com as crianças mesmo trabalhando em empresas, 55% das brasileiras enfrentam níveis mais altos de estresse do que no ano passado. Mulheres negras e indígenas são as que se sentem mais esgotadas: 39%, contra 28% das brancas. Elas também enfrentam mais desconforto ao falar sobre saúde mental no ambiente de trabalho (39% x 28%). Os números relativos aos das mulheres brasileiras brancas são iguais à média dos dez países retratados na pesquisa.
Entre as brasileiras, 94% acham que as empresas nas quais trabalham não estão empenhadas em cumprir compromissos com a diversidade de gênero — a média global é de 92%. Apenas 1/3 das mulheres ouvidas (33% na média global, 34% no Brasil) recomendariam a organização da qual são empregadas como um ótimo lugar para trabalhar.