Ministra da Cultura apoiou área verde contra negócio de Silvio Santos em ato que marcou um mês da morte de Zé Celso
O anúncio foi feito na noite desta terça -feira, dia 8, durante ato que marcou um mês da morte do dramaturgo Zé Celso.
“Ele nos deu sua força, seu brilho e o amor pela liberdade democrática do fazer artístico.Zé era efervescente e está instalado na constelação das estrelas e mestres das artes cênicas para sempre”, disse ela no
A carta que a ministra vai assinar foi elaborada pelo deputado Eduardo Suplicy, que leu o documento durante o ato.
“Há um grande apoio popular e artístico para a criação do parque. Será uma oportunidade para sua família deixar um marco relevante, dando aos paulistanos um novo parque, um espaço verde que ajudaria na sustentabilidade de nossa metrópole”, pediu o deputado ao apresentador.
“Em vez da criação de torres altas, poderá ser criada uma área com um parque público”, disse ele.
O projeto era sonho antigo de Zé Celso, que queria um parque ao lado do teatro que fundou. O terreno no centro de São Paulo, no entanto, pertence ao Grupo Silvio Santos, e o apresentador tem outros planos para o local, que já chegou perto de virar shopping center.
Por anos, o dramaturgo conseguiu impedir a construção, reivindicando o espaço de 11 mil metros quadrados, equivalente a um campo e meio de futebol, para a construção de uma área verde para a cidade.
Zé Celso morreu aos 86 anos após ter tido 53% de seu corpo queimado em um incêndio causado por um aquecedor elétrico que consumiu seu apartamento, no Paraíso, bairro da zona sul paulistana.
Nos anos 1960, Zé participou do grupo fundador do local —também formado por Renato Borghi, Fauzi Arap, Etty Fraser, Amir Haddad e Ronaldo Daniel—, que se tornaria símbolo do teatro brasileiro.
Durante o ato, Marcelo Drummond, viúvo do artista, disse que entrou no apartamento pela primeira vez depois de um mês e que percebeu ser preciso levar o acervo de Zé para um local seguro.
“Todo o legado do Zé não é só meu, é de todos. Eu tenho material de três décadas de Oficina que foi molhado quando os bombeiros entraram”, disse Drummond.
“Além de manter o teatro, é importante que a gente consiga recuperar todo esse material com a ajuda de quem puder”, disse ele, citando em especial o auxílio da Funarte, a Fundação Nacional de Artes.
Maria Marighella, presidente da autarquia, estava presente no ato ao lado da ministra Margareth.