Além do GT coordenado pelo Ministério das Mulheres, agenda também contou com representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE), das Cidades e da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
Com a certeza de que “ninguém escolhe viver em área de risco”, representantes do Governo Federal e dos Grupos de Trabalho de Empoderamento de Mulheres, coordenado pelo Ministério das Mulheres, e de Redução do Risco de Desastres, coordenado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), promoveram debates com lideranças sociais e comunidade local do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ). A visita ocorreu no último sábado (14).
Por mais de duas horas, a comitiva visitou pontos sensíveis da comunidade onde os riscos de desabamentos são iminentes, além de ver de perto os resultados das últimas ações do poder público federal no local, como os teleféricos – desativados desde 2016 – e as primeiras obras de contenção do primeiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Com a cartilha desenvolvida pela comunidade “Mulheres na Linha de Frente” em mãos, Maria Helena Guarezi, secretária-executiva do Ministério das Mulheres e coordenadora do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20, reforçou o compromisso do Ministério e do GT com a inserção de mulheres nos espaços de poder e decisão. “O nosso Grupo de Trabalho fez o exercício de levar uma proposta aos demais Grupos para que a inserção de mulheres seja uma voz uníssona dentro do G20. Vai discutir qualquer tema? Então, como que as mulheres podem participar? Porque sem elas não haverá igualdade”, disse.
As lideranças apresentaram ainda o Plano de Ação Popular do Complexo do Alemão. O encontro também incluiu debates sobre o Plano Comunitário de Redução de Risco e o Prêmio Periferia Viva, além da leitura da Carta das Favelas, com demandas e propostas sobre os temas.
Todo esse diálogo será transformado em um relatório que será oferecido às delegações do G20. “O objetivo é mostrar a importância do investimento na gestão e na prevenção de riscos. Afinal, nós sabemos que a maior parte das pessoas que vivem em comunidades e que são impactadas por desastres, são as pessoas mais pobres e vulneráveis, população preta, periférica e de favelas, como a do Complexo do Alemão”, explicou o secretário nacional de Periferias (SNP) do Ministério das Cidades, Guilherme Simões Pereira.
Trajeto de visita
Depois de conhecer a sede do (1) Instituto Raízes em Movimento, a comitiva fez uma visita à (2) Travessa Laurinda, área de risco selecionada para investimentos através do Novo PAC – Urbanização de Favelas; depois, conferiu o estado atual do (3) teleférico que está desativado desde 2016; (4) e conheceu a horta comunitária desenvolvida em parceria com a Secretaria Nacional de Periferias (SNP) do Governo Federal e com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Governo Federal vai investir mais de R$ 140 milhões no Complexo do Alemão através do Novo PAC – Urbanização de Favelas. Desta vez, diferentemente das ações do primeiro PAC, todas as obras serão realizadas dando voz à comunidade. “Estamos desenvolvendo um Plano Comunitário de Gestão de Risco. Então, a gente tem uma perspectiva muito boa de mudar a realidade aqui e a partir dos próprios moradores”, explicou Alan Brum. Alan é morador e líder comunitário do Complexo do Alemão, cofundador do Instituto Raízes em Movimento, sociólogo e doutorando em Planejamento Urbano IPPUR/UFRJ e foi o guia da comitiva na vista do dia 14.
Demandas ouvidas
O combate às desigualdades e a redução das vulnerabilidades de forma interseccional estão entre os objetivos dos Grupos de Trabalho de Empoderamento de Mulheres e de Redução do Risco de Desastres. As ações dos dois GT’s são direcionadas para apoiar grupos em situação de risco, fortalecer a organização comunitária e o empoderamento das mulheres e promover resiliência local.
Uma das iniciativas apresentadas pela moradora do Complexo do Alemão, a assistente social Lucia Cabral, foi a publicação “Mulheres na Linha de Frente”, fruto de iniciativa autogestionada pelas mulheres da comunidade. “Por serem mulheres e por vivenciarem a economia, a educação, a saúde e outras políticas, elas construíram esse resumo de tudo que a gente vem sinalizando como necessário para uma construção mais profunda. Porque a gente tem que partir desse pressuposto, da favela para o asfalto”, disse. O “Mulheres na Linha de Frente” lista políticas de educação, saúde da mulher, combate à violência obstétrica, entre outros.
Presidência do Brasil
Desde 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.
A logomarca da presidência brasileira, com as cores das bandeiras dos países membros, destaca o dinamismo e o multilateralismo com que o Brasil aborda as questões mundiais.
Com o slogan “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, a atual presidência traz o compromisso e o desejo do Brasil em promover o desenvolvimento econômico e social global.
G20
O Grupo das vinte maiores economias do mundo, conhecido como G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global. Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha um papel importante nas grandes questões econômicas internacionais.
Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
Fonte : ASCOM / MMulheres