Entreviste Uma Mulher é um banco de dados que traz os contatos de mulheres inspiradoras, com trabalhos relevantes em suas áreas, que podem ser fontes em matérias jornalísticas, auxiliar em pesquisas, participar de debates e palestras. Apesar de serem 51,4% da população brasileira, a voz das mulheres ainda é pouco ouvida; em 2010, a revista Superinteressanteapontou que apenas 25% das fontes da revista eram mulheres.
A ideia é combater essa baixa presença feminina, conectando as profissionais aos veículos de comunicação. Parte dessa ausência acontece porque faltam, sim, mulheres em algumas áreas, como as engenharias, por exemplo. Há também um menor número de mulheres em posições de liderança, sejam colunistas, blogueiras, CEOs ou diretoras de empresas. Mas, apesar desses desequilíbrios existirem, não precisamos perpetuá-los.
Na prática, o debate em assuntos de interesse especial às mulheres — como o aborto e a violência de gênero, por exemplo — ficam empobrecidos ou enviesados. É necessário que a mídia busque a diversidade, incluindo diferentes perspectivas e pontos de vista, para criar reportagens e análises mais ricas e complexas. E isso não será atingido se as opiniões dessa fatia da população não forem levadas em conta.
Atenção: não estamos dizendo que homens não devem ser entrevistados, nem que só as mulheres têm a palavra final sobre os assuntos a serem discutidos. O que propomos aos responsáveis pelos veículos de comunicação é que prezem pela a diversidade ao elaborar suas pautas.
Entreviste Uma Mulher nasceu no início de 2015, com um documento compartilhado no Google Docs e rapidamente ganhou proporções muito maiores do que imaginamos inicialmente. Em maio de 2016, o projeto chegou à versão 2.0 com ajuda do pessoal da Paradox Zero. A planilha e todas as informações cadastradas foram convertidas para um banco de dados, com uma interface bem fácil de usar, rápida, acessível e responsiva para dispositivos móveis.
E o melhor de tudo é que, com o banco de dados, agora todos os contatos e as informações das fontes estão sendo indexadas pelo Google. Com isso, qualquer jornalista ou veículo de comunicação também vai poder encontrar essas fontes mesmo que não conheça nosso projeto no Think Olga.
Fonte: ThinkOlga