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Em briga de marido e mulher se mete a colher, sim; 23 mil relatos de violência foram feitos por vizinhos, parentes e amigos em 2015
O número de denúncias de violência contra a mulher feita por outras pessoas que não a vítima aumentou em 28% até outubro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, pela Central de Atendimento a Mulher – Ligue 180. Parentes, cônjuges, vizinhos e outras pessoas com diferentes tipos de relacionamento com pessoas em situação de violência têm ligado mais para o disque-denúncia para relatar casos de agressões domésticas.
Leia mais: Violência contra a mulher: o risco está muito próximo (Nexo – 03/12/2015)
A maior parte das denúncias ainda é feita pela própria vítima, mas o aumento do número de terceiros mostra a conscientização da população em relação ao tema –ou seja, em briga de marido e mulher se mete a colher, sim. Considerando que o número de relatos de violência aumentou no período de comparação, esse crescimento é ainda mais perceptível.
Nos dez primeiros meses deste ano, 23.652 pessoas, sejam parentes, amigos ou conhecidos, denunciaram algum tipo de violência doméstica contra mulheres. No mesmo período do ano passado, foram 15.479 da mesma categoria.
Em entrevista concedida ao Portal Brasil em outubro, Maria da Penha, mulher vítima de violência cuja história inspirou a criação da Lei 11.340 de 2006, disse achar que o crescimento de denúncias por pessoas conhecidas das vítimas pode significar uma mudança de mentalidade da sociedade brasileira.
“Mais ainda, acho que de boca em boca esse número vai sendo repassado e as mulheres telefonam para ver se são bem atendidas, para conhecer como funciona o atendimento de perto. Essa rede de recomendação tem funcionado para demonstrar a importância da orientação feita pela Central do Ligue 180”, disse.
