Reunião dará seguimento à análise conjunta que foi feita pela primeira vez em março, durante o 1º. Encontro da “Sala de Situação” realizado em Brasília (DF). Servirá também para compartilhar informações sobre o que está sendo realizado pelo Sistema ONU, governo e sociedade civil para responder aos desafios no enfrentamento ao zika
Começa nesta quinta-feira (14/4) o 2º. Encontro da Sala de Situação, Ação e Articulação sobre Direitos de Grupos em Situação de Vulnerabilidade, com o objetivo de discutir a resposta nacional à epidemia de vírus zika. A “Sala de Situação” é um espaço presencial e virtual de diálogo e coordenação de ações da sociedade civil, academia e Sistema ONU no Brasil em favor da saúde e dos direitos das mulheres, grupo mais afetado pela epidemia de zika. O encontro vai reunir lideranças de mais de 30 organizações da sociedade civil e agências da ONU, e contará também com a participação de orgãos federais e estaduais de saúde convidados a apresentar a situação atual e as ações desenvolvidas para o enfrentamento da epidemia e suas consequências.
A reunião dará seguimento à análise conjunta que foi feita pela primeira vez em março, durante o 1º. Encontro da “Sala de Situação” realizado em Brasília (DF). Servirá também para compartilhar informações sobre o que está sendo realizado pelo Sistema ONU, governo e sociedade civil para responder aos desafios no enfrentamento ao zika. E permitirá a definição e o acompanhamento de ações conjuntas de comunicação/mobilização e advocacy por medidas eficazes que garantam o empoderamento e a autonomia das mulheres, principalmente para aquelas que desejam adiar a gravidez neste momento devido aos riscos de síndrome de zika congênita, em especial a microcefalia.
Pernambuco foi escolhido para sediar o encontro porque é o estado que apresenta o maior número de casos notificados de microcefalia: segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado na última terça-feira pelo Ministério da Saúde, Pernambuco apresenta 1849 notificações, das quais 312 foram confirmadas como casos de microcefalia e/ou malformações relacionadas à infecção congênita, 664 foram descartados e 873 continuam sob investigação.
“Este segundo encontro é muito importante para nós da OPAS/OMS porque vemos a situação do vírus zika como um problema de saúde pública que envolve a sociedade como um todo e que tem afetado principalmente a saúde de mulheres e crianças. O trabalho conjunto da OPAS/OMS com ONU Mulheres e UNFPA, representando o Sistema ONU, articulado com a sociedade civil e instituições governamentais é uma prova de que juntos podemos levar informação de qualidade para as mulheres e suas famílias sobre seus direitos e acesso a serviços de saúde. Esta é uma grande oportunidade de construção social coletiva para fortalecer o acesso à informação para as mulheres no país, para a tomada de decisões oportunas e baseada em direitos”, afirmou a Haydée Padilha, coordenadora da Unidade Técnica da Família, Gênero e Curso de Vida da OPAS/OMS no Brasil.
“Este será um momento importante da Sala de Situação por estabelecer um diálogo direto com as mulheres, familiares e profissionais de saúde em Pernambuco, onde estão concentrados os casos de vírus zika, chikungunya e dengue. Estamos trabalhando para que as vozes das mulheres sejam escutadas, suas necessidades atendidas e para que todos seus direitos sejam garantidos. Reconhecer o protagonismo das mulheres e suas organizações é essencial para garantir uma resposta integral à epidemia. Em situações de crises sanitária e humanitária, as mulheres precisam sair mais fortalecidas e não ter os seus direitos ameaçados nem invalidados”, disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
Para Jaime Nadal, representante do Fundo de População da ONU (UNFPA), a crise do zika é uma oportunidade para o Brasil repensar os paradigmas de desenvolvimento e os problemas estruturais que ainda persistem. “A resposta pede o reposicionamento de temas como a autonomia das mulheres e jovens, acesso à informações e serviços de saúde, em especial de saúde sexual e reprodutiva, acesso à educação em sexualidade, para que essas mulheres e jovens fiquem empoderadas para tomar decisões e tenham serviços de qualidade disponívels para aproveitar todo o seu potencial, sem discriminação. Com isso, estaremos promovendo a resiliência das pessoas e comunidades, assim como uma sociedade mais aberta e justa”, explicou ele. “O zika evidencia a necessidade de reposicionar a autonomia sexual e reprodutiva das mulheres, colocando-as em primeiro plano nas políticas públicas, como elemento central para o progresso e a consolidação dos avanços sociais do país”.
As três agências da ONU organizam o encontro, que terá duração de dois dias e contará também com a presença de representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco e redes e organizações de mulheres e de direitos humanos.
2º Encontro da Sala de Situação, Ação e Articulação sobre direitos de grupos em situação de vulnerabilidade frente à epidemia do vírus zika
Datas e horários: 14 e 15 de abril de 2016, das 9h às 18h (dia 14) e das 9h às 15h (dia 15)
Local: Hotel Mercure Recife Mar Hotel Conventions
Rua Barao De Souza Leao 451 – Boa Viagem, Recife – Pernambuco
Contatos para entrevistas:
UNFPA: Midiã Santana – msantana@unfpa.org (71) 3183.5718 e (71) 98262.2000 / Mariana Tavares – mtavares@unfpa.org (61) 3038.9246 e (61) 8100.0578 (Midiã e Mariana estarão em Recife, durante o encontro)
ONU Mulheres: Isabel Clavelin – isabel.clavelin@unwomen.org (61) 3038 9140 e (61) 8175.6315
OPAS/OMS: Luis Felipe Sardenberg – cunhaslui@paho.org (61) 3251.9581
Fonte: Onu Mulheres