O câncer de mama, um dos tipos mais comuns entre mulheres, tem sido detectado cada vez mais cedo. Segundo a ginecologista Dra. Gabriela Crema, da Clínica Belvivere, nos últimos anos tem sido observado um aumento de casos em mulheres a partir dos 35 anos.
O fenômeno, explica a especialista, está relacionado tanto a mudanças no estilo de vida quanto ao maior acesso a exames de rastreamento.
“O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, sedentarismo, estresse, obesidade, gravidez tardia e até a exposição a poluentes podem influenciar. Além disso, a maior procura por consultas e exames facilita o diagnóstico precoce”, destaca.
A importância do autoconhecimento
Conhecer o próprio corpo é a principal recomendação da médica. Alterações como nódulos, secreções pelo mamilo, retração da pele ou feridas que não cicatrizam exigem atenção imediata.
No rastreamento, as orientações variam conforme o histórico familiar:
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Mulheres sem fatores de risco: a mamografia anual deve começar aos 40 anos, conforme Inca e Sociedade Brasileira de Mastologia.
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Mulheres com histórico de câncer de mama ou ovário em parentes de primeiro grau: a investigação deve iniciar 10 anos antes da idade em que o familiar mais jovem recebeu o diagnóstico, podendo incluir ressonância magnética para maior precisão.
“O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura. Tumores detectados no início podem ser tratados de forma menos agressiva, preservando a autoestima e a qualidade de vida”, afirma Gabriela.
Cuidados continuam após o tratamento
O acompanhamento não termina com a cirurgia ou outras etapas do tratamento oncológico. O pós-operatório exige atenção especial à cicatrização, ao acompanhamento fisioterapêutico (principalmente para prevenção do linfedema) e ao suporte psicológico.
“É essencial que a mulher se sinta acolhida e tenha uma rede de apoio, porque o impacto emocional também é significativo”, acrescenta a ginecologista.
Algumas consequências podem permanecer mesmo após a cura, como a atrofia vaginal, que causa ressecamento, dor durante as relações e afeta a qualidade de vida.
Para casos em que a reposição hormonal não é indicada, existem alternativas seguras:
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Laser íntimo, que estimula a regeneração da mucosa vaginal e melhora a lubrificação.
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Uso contínuo de hidratantes vaginais.
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Prática regular de atividade física e técnicas de relaxamento.
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Medicações não hormonais, quando necessário.
“O cuidado deve ser integral, contemplando aspectos físicos, emocionais e também sexuais. A mulher precisa sentir-se amparada em todas essas dimensões”, reforça Dra. Gabriela Crema.
Fonte: Engeplus