Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução em 1917. Em 8 de março daquele ano (23 de fevereiro pelo calendário Juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro.
Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.
Em Berlim Oriental, Unter den Linden, (1951), destacam-se os retratos das líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation (IDFF), na 41ª edição do Dia Internacional da Mulher. Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lênin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da “heroica mulher trabalhadora”.
No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e se tornaria uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres, uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres.
O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedônia, Moldávia e Ucrânia. Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 – 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista.
O MDŽ (Mezinárodní den žen, “Dia Internacional da Mulher” em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido e discursos visando convencer as mulheres, de que, os líderes consideravam as necessidades femininas ao formular políticas sociais. Porém, a celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada.
A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.
Na América do Norte, em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (ao invés das 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 08 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Dia Internacional do Homem
O Dia Internacional do Homem é um evento internacional celebrado em 19 de Novembro de cada ano, com o principal objetivo de conscientização da saúde masculina. As comemorações foram iniciadas em 1999 pelo Dr. Jerome Teelucksingh em Trinidad e Tobago, apoiadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), e vários grupos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, África e Ásia.
No Brasil, desde 1992 de forma não oficial, o Dia do Homem é comemorado em 15 de Julho, por iniciativa da Ordem Nacional dos Escritores. Um dos cofundadores, Edson Marques, pretende que se altere o nome para Dia do Homem Livre.
Para a diretora da Secretaria de Mulheres e Cultura de Paz da UNESCO, Ingeborg Breines, a criação da data é “uma excelente ideia para equilibrar os gêneros”. Os objetivos principais do Dia Internacional do Homem é melhorar a saúde dos homens (especialmente dos mais jovens), melhorar a relação e promover a igualdade entre gêneros, além de destacar papeis positivos de homens.
É uma ocasião em que homens se reúnem para combater o sexismo e, ao mesmo tempo, celebrar suas conquistas e contribuições na comunidade, nas famílias, no casamento, e na criação dos filhos.
A data é celebrada em Trinidad e Tobago, Jamaica, Austrália, Índia, Itália, Estados Unidos, Nova Zelândia, Brasil, Moldávia, Haiti, São Cristóvão e Nevis, Portugal, Singapura, Malta, África do Sul, Gana, Botswana, Angola, Zimbabwe, Croácia, Uganda, Chile, Hungria, Irlanda, Peru, Canadá, China, Vietnã, Paquistão, Dinamarca, Suécia, Noruega, Guiana, Holanda, Bélgica, Geórgia, Argentina, México, Alemanha, Áustria, Finlândia, Espanha, França e Reino Unido.
A contribuição das mulheres na agremiação política
O Partido Verde desde seu nascimento na Tasmânia, Austrália em 1976, se colocou contra a distinção de gêneros na atividade política, firmando em seus instrumentos a obrigatoriedade de participação de ambos os sexos.
Na Alemanha, no inicio dos anos oitenta, os verdes definiram que nenhuma reunião teria início sem que houvesse a representação preconizada. Nos dias atuais, a proteção serve aos homens, tamanha a transformação e tomada de papéis de poder pela mulher naquele país.
No Brasil, o Partido Verde foi fundado com a participação de inúmeras e valorosas mulheres em vários Estados. Em sendo Herbert Daniel nosso patrono fundador, homossexual e ser humano da melhor estirpe, nem lhe passava que a questão do machismo permeasse nossas hostes. Retrato do pensamento verde está no poema de sua autoria, “Somos a Maioria”:
Somos a maioria
Somos quem quer a paz
Somos quem acha que machismo não é papel de homem
Somos quem quer que as mulheres tenham lugar em todos os lugares da vida
Somos quem não quer ver rios assassinados
Somos quem não quer uma escola que prenda
Somos quem quer um ensino que aprenda da vida.
Somos quem não quer a tecnologia da doença, mas a arte da saúde.
Somos quem não quer cultura popular domesticada.
Somos quem quer rádios livres, televisões livres, ouvintes livres.
Somos quem quer nuclear nossas energias, para não mais precisar de energia nuclear.
Somos quem não quer ser exportador de morte feito aço de canhão.
Somos quem quer menos leis, porém melhores e mais justas.
Somos quem não quer ser obrigado a sempre escolher entre coisas que não quer.
Somos quem quer.
Somos contra quem só pode mandar e impedir.
Somos quem faz. Somos todos nós, quem cria. E quem faz, não precisa mandar nem pedir. Faz.
O PV Mulher
A criação da Pasta da Secretaria Nacional da Mulher em 2005, simultaneamente à pasta da Secretaria da Juventude, foi uma questão polêmica. Muitas mulheres em papeis de direção e comando, em seus avançados pensamentos, entendiam que destacar uma pasta, seria reducionismo.
O apoio dos Jovens do Conselho Nacional às Mulheres e essas aos Jovens, somadas às circunstâncias externas de necessidade de representação institucional, culminou na criação de ambas. A Secretaria Shirley Araújo Torres está trabalhando com a memória do papel de grandes mulheres e suas contribuições de vida ao Partido Verde.
Lucélia Santos foi uma das fundadoras, e filiadas renomadas como Rita Lee, Jane Duboc, Tetê Espíndola e Alzira E. Destacamos as mulheres que hoje fazem parte do Diretório Nacional:
Adelaide Maria Braga da Silva
Adriana Matos Rodrigues
Alba Alves Cuevas
Ângela Maria Santiago Bessa
Ângelus Cruz Figueira
Aspásia Brasileiro de Alcântara Camargo
Carla Piranda Rebello
Carmem Aparecida Cruz Reyes
Cidinéia Maria Fontana
Cintia Cristiana dos Santos Alves
Cleusa Rosane Ribas Ferreira
Daniela Carvalhais de Almeida
Doralice da Silva Cordeiro
Edna França Ferreira
Edna Sandra Martins
Eliane Ferreira da Silva
Eliene Santiago Viana
Fernanda Falbo Bandeira de Mello
Flavia Aureliana Castellar Figueiredo Silva
Hermilda Maria Duppré
Isabela Igreja Rosa da Silva
Júlia Duppré Abreu
Laura Beleza Rocha
Maria Regina Gonçalves
Maria Rejane Galvão de Lima
Mariana Perin
Maristela Viana de Oliveira
Marivaine Alencastro
Marlene Mateus do Nascimento
Renata Fortes Fernandes
Rosa Maria Riskalla
Sandra do Carmo de Menezes
Sandra Faria Zawadzki
Shirley Araújo Torres
Teresa dos Santos Sousa Britto
Vera Lúcia da Motta
É proposta da pasta, além das questões do cotidiano da mulher brasileira, trabalhar as políticas afirmativas. “É da condição da política pensar à frente, não podemos repetir os modelos de “apartheid” – que trata de estratégia de dominação”. Fechamos nosso discurso em 08 de Março de 2014, com a obra de nossas filiadas em coautoria, que em “Mulher o Suficiente” deixa um recado:
“O suficiente não é muito nem pouco, é de bom tamanho a igualdade!”
Letra: Vera Motta
Música: Alzira Espindola
Versão cantada por Simone
Versão cantada por Ana Canãs
Versão cantada por Tetê Espíndola