O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) criticou a consulta pública da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que propõe a inclusão de medidas proativas nos planos de saúde para o rastreamento do câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos, com mamografias a cada dois anos. A crítica do senador foi motivada pela faixa etária adotada, definida com base nos critérios do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O SENADOR NELSINHO TRAD QUESTIONOU FAIXA ETÁRIA DIVULGADA PARA REALIZAÇÃO DE MAMOGRAFIA A CADA DOIS ANOS. SEGUNDO A ANS, NADA MUDA NAS REGRAS ATUAIS PARA BENEFICIÁRIAS DE PLANO DE SAÚDE. A CONSULTA PÚBLICA REFERE-SE À CERTIFICAÇÃO EM ATENÇÃO ONCOLÓGICA PARA OPERADORAS. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS – órgão vinculado ao Ministério da Saúde responsável pelo setor de planos de saúde –, realizou neste mês uma consulta pública para receber contribuições a fim de incluir a Certificação de Boas Práticas em Atenção Oncológica em resolução de 2022. A ANS informa que a certificação oncológica vai melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes oncológicos, já que as operadoras de planos de saúde certificadas vão oferecer um serviço diferenciado, incluindo o rastreamento de mamografias em suas carteiras para identificar precocemente o câncer. O rastreamento populacional do câncer de mama deverá ser feito por meio de contato proativo da operadora com suas beneficiárias em idades entre 50 e 69 anos a cada dois anos para realização de mamografia, conforme metodologia de estudo utilizada pelo Instituto Nacional do Câncer, o Inca. Hoje são 18,9 milhões de mulheres com plano de saúde nessa faixa etária. A ANS esclareceu que a métrica utilizada pelo Inca prescreve que o rastreio do câncer deve ser direcionado às mulheres na faixa etária e periodicidade em que há evidência conclusiva sobre a redução da mortalidade por câncer de mama e que o balanço entre benefícios e possíveis danos à saúde dessa prática seja mais favorável. Mas o senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, criticou a faixa etária indicada na consulta pública.
Nelsinho Trad – A gente como médico sabe que isso é um retrocesso imenso porque 40% dos cânceres de mama são exatamente na faixa dos 40 aos 50 anos e 22% de morte nesse período. Nós vamos levantar esse tema no Senado porque isso é um grande retrocesso em tudo que a gente fez e já avançou na questão da prevenção das doenças da mulher, em especial o câncer de mama.
Conforme esclarecimento publicado pela ANS sobre a cobertura assistencial e a certificação em atenção oncológica, a proposta colocada em consulta pública não tem relação e não altera a cobertura assistencial garantida pelo rol de procedimentos e eventos em saúde da agência. Está garantido o exame do câncer de mama com mamografia bilateral para mulheres de qualquer idade, conforme indicação médica, e com mamografia digital para mulheres de 40 a 69 anos. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.
Fonte: Radio Senado