Ações incluem hotéis, pousadas, hostels e albergues, instalados no circuito Barra-Ondina e Pelourinho. A SPM-BA firmou uma parceria com a Associação Baiana da Indústria de Hotéis (ABIH) para conscientizar os hóspedes sobre questões referentes à violência de gênero e o combate ao tráfico de mulheres
“Cantada pode, assédio não. Olhar pode, constranger não. Na boa pode, à força não”. A diferença entre o assédio e a paquera saudável é o mote da campanha Respeita as Mina, de enfrentamento à violência contra as mulheres, para o Carnaval 2018. Iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA), a campanha tem o apoio da ONU Mulheres Brasil e consiste em ações de sensibilização e tem o reforço do Trio Respeita as Mina para o folião pipoca. Este ano, o trio será puxado por três baianas empoderadas: Larissa Luz, Pitty e Karina Buhr.
O objetivo da campanha é mobilizar a população para o enfrentamento a violência contra as mulheres durante os dias de folia, contribuindo para a conscientização de homens e mulheres sobre uma das formas de violência mais frequentes durante a festa: o assédio. A proposta é estimular o respeito, buscando incentivar um Carnaval sem violência de gênero e alertando: respeita as mina!
Em 2018, as ações da campanha Respeita as Mina serão ampliadas, incluindo hotéis, pousadas, hostels e albergues, instalados no circuito Barra-Ondina e Pelourinho. A SPM-BA firmou uma parceria com a Associação Baiana da Indústria de Hotéis (ABIH) visando conscientizar os hóspedes sobre questões referentes à violência de gênero e o combate ao tráfico de mulheres.
Pela primeira vez, a SPM-BA estará também no circuito do Carnaval com uma Unidade Móvel, em parceria com o Hospital da Mulher (Circuito Barra- Ondina), e outra em parceria com a Ronda Maria da Penha (Praça Municipal) para orientações às mulheres em situação de violência física e sexual, que deverão ser encaminhadas para as unidades de atendimento.
As ações de sensibilização nos pontos receptivos (Rodoviária, Terminal de São Joaquim, Porto e Aeroporto de Salvador) estão mantidas, na capital e em cidades do interior que promovem o Carnaval a exemplo de Porto Seguro. As ações serão realizadas também nos blocos (principalmente os formados exclusivamente por homens), camarotes e nos portais de entrada de foliões, nos circuitos da folia. Nesses locais serão distribuídos materiais informativos com orientações de como proceder em caso de violência, onde denunciar ou buscar ajuda. Também serão distribuídas ventarolas, praguinhas (adesivos) e tatuagens adesivas referentes à campanha Respeita as Mina.
A SPM-BA firma todos os anos parceria com a Secretaria de Segurança Pública e com a rede de atenção às mulheres (Defensoria Pública, Ministério Público, Ronda Maria da Penha, Tribunal de Justiça, Hospital da Mulher) para garantir o acolhimento adequado e o atendimento mais rápido e humanitário às mulheres em situação de violência. Equipes da SPM vão reforçar o atendimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), de Brotas, com equipe de psicóloga e assistente social por turno. Haverá visitas também aos postos integrados das policias civil e militar localizados nos circuitos do Carnaval.
Trio Respeita as Mina – Pelo segundo ano, o “Trio Respeita As Mina” reforçará a campanha da SPM-BA na luta contra o machismo e pela igualdade de gênero. O trio levará para a avenida um repertório marcadamente rock’n roll, com homenagens a mulheres importantes para a difusão do gênero musical. O Trio das Mina sairá na segunda-feira de Carnaval (12/2), no circuito Osmar (Campo Grande). A iniciativa é da SPM-BA em parceria com a Maré Produções Culturais, com patrocínio da Bahiagás e Bahiatursa.
No sábado de Carnaval (10/2), Larissa Luz fará um show na Casa Skol, que vai se transformar na Casa das Mina durante a apresentação da cantora baiana, com participação de Pitty e Karina Buhr, numa prévia do que o trio de mulheres mostrará na avenida ao longo do percurso, no centro da cidade. A SPM-BA fará uma ação, especial, de sensibilização com os foliões da casa, que poderão tirar fotos em um totem da campanha Respeita as Mina.
Hospital da Mulher – portas abertas! Inaugurado há pouco mais de um ano pelo Governo do Estado, o Hospital da Mulher conta com equipe especializada e toda a estrutura necessária para o atendimento às mulheres vítimas de violência. Nesses casos, o hospital mantém um atendimento 24 horas, por demanda espontânea, para os casos de violência sexual. As mulheres que chegarem ao hospital serão acolhidas e receberão atendimento para profilaxia pós-exposição à DST/Aids.
Dados Carnaval – Em quatro dias de Carnaval, em 2017, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) registrou, em todo o país, 2.132 atendimentos às mulheres por diversos tipos de agressão. A violência física foi o principal motivo das ligações, somando 1.136 contatos. Em seguida, a violência psicológica com 671 ligações. Depois a violência sexual com 109 ligações, a violência moral (95), cárcere privado (68), violência patrimonial (49) e tráfico de pessoas (4 atendimentos). Os atendimentos relativos à violência sexual tiveram um aumento de 87,93% em relação ao Carnaval 2016. Naquele ano, a Central de Atendimento recebeu 58 denúncias.
A violência contra as mulheres é uma das faces do machismo. Pesquisa divulgada pelo Instituto Data Popular, no Carnaval 2016, mostrou que 61% dos homens acham que mulher solteira na folia não pode reclamar de cantada. A pesquisa mostrou, ainda, que 49% dos entrevistados disseram que bloco de rua não é lugar para “mulher direita”. A campanha Respeita as Mina vai chamar atenção para o combate à cultura machista, reiterando que “lugar de mulher é onde ela quiser”.
Campanha publicitária – A campanha Respeita as Mina inclui também ações e peças publicitárias, que abordam de maneira lúdica e divertida a diferença entre assédio e paquera, buscando estimular a alegria e descontração durante a folia, com respeito “as mina”.
Fonte: ONU Mulheres