Se aprovada, vacina seria aplicada em dose única. Expectativa é de que chegue à população até 2019.
Os resultados foram divulgados em um artigo na revista “Nature Medicine”, umas das publicações científicas mais respeitadas do mundo. Para produzir a vacina, os pesquisadores usaram o próprio vírus da zika, mas na forma atenuada.
Eles retiraram um pedaço do material genético para o vírus não ser capaz de causar doença e, ao mesmo tempo, provocar uma espécie de efeito inverso: estimular o sistema imunológico a combater o vírus da zika.
Para ver se isso dava certo, eles fizeram testes em dois grupos de camundongos. O primeiro foi infectado apenas com o vírus da zika. O segundo recebeu uma dose da vacina. Dez dias depois, os camundongos do primeiro grupo continuavam doentes. Já os que foram imunizados, não apresentaram nenhum sinal de infecção. A conclusão, de acordo com os pesquisadores, é que a vacina feita com o vírus atenuado não contaminou os camundongos.
Os cientistas também fizeram outro teste que eles chamam de desafio: nos camundongos imunizados, os pesquisadores injetaram o vírus da zika para descobrir se a vacina conseguiria impedir a infecção.
“Nesse experimento, todos os animais que foram inoculados com a vacina e depois desafiados com o vírus selvagem, nenhum morreu. Nenhum desenvolveu presença do vírus no sangue ou nos outros tecidos”, disse o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos.
Agora, a vacina está sendo testada em 22 macacos num laboratório do Instituto Evandro Chagas. Segundo os pesquisadores, os primeiros resultados mostraram que eles também conseguiram produzir anticorpos para se protegerem do vírus da zika.
Os testes vão até o fim de abril. Se tudo der certo, a próxima etapa é começar os experimentos em humanos ainda em 2017. Se aprovada, a vacina contra a zika seria aplicada em dose única. A expectativa dos cientistas é que ela esteja disponível à população até o fim de 2019.
Fonte: Jornal Nacional