A cartilha “10 Ações de Políticas Públicas para a Saúde Mental de Meninas e Mulheres”, organizada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e pelo Instituto Cactus, foi apresentada nesta quarta (04) na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. A audiência foi presidida pela senadora Augusta Brito (PT-CE) e contou com a presença das representantes do Ministério da Saúde, Taia Duarte Mota e Aline de Oliveira Costa; além de Bruno Ziller (Cactus) e Dayana Rosa (IEPS).
Transcrição
A SAÚDE MENTAL DE MENINAS E MULHERES ESTEVE EM PAUTA NA COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. UMA CARTILHA COM RECOMENDAÇÕES AOS PODERES EXECUTIVO E LEGISLATIVO FOI APRESENTADA DURANTE AUDIÊNCIA NESTA QUARTA-FEIRA. REPÓRTER JÚLIA LOPES:
A cartilha apresentada na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher é intitulada “10 Ações de Políticas Públicas para a Saúde Mental de Meninas e Mulheres” e foi organizada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, IEPS, e pelo Instituto Cactus. O documento traz cinco recomendações ao Poder Executivo e outras cinco ao Poder Legislativo. Entre as propostas direcionadas ao Executivo, está a implementação, na Rede de Atenção Psicossocial, de um modelo de cuidado focado na saúde mental de meninas e mulheres; além do fortalecimento do acompanhamento psicossocial às gestantes e mães; e da elaboração de boletins epidemiológicos periódicos para monitorar os casos de sofrimento e transtornos mentais. Para o Legislativo, a cartilha sugere a aprovação de projetos de lei que ampliem e garantam os direitos de meninas e mulheres, a inclusão da perspectiva de gênero em todas as propostas legislativas e a fiscalização das ações e programas implementados pelo Executivo para atender esse público. A gerente de Programa do IEPS, Dayana Rosa, também defendeu mais recursos no orçamento para reforçar a rede de atenção à saúde mental de meninas e mulheres:
(Dayana Rosa – IEPS) “A gente já tem um SUS, a gente já tem uma rede de atenção psicossocial que funciona muito bem, mas a gente precisa garantir que nas peças orçamentárias chegue reforço para programas que já existam ou que precisam ser aperfeiçoados, também.”
O coordenador de Projetos do Instituto Cactus, Bruno Ziller, falou sobre a ligação entre sobrecarga doméstica e quadros de transtorno mental:
(Bruno Ziller) “A prevalência de depressão entre as mulheres é mais do que o dobro do que entre os homens. E quando a gente adiciona então uma camada de sobrecarga doméstica, as mulheres que relatam esse tipo de situação, essa prevalência aumenta para uma a cada duas mulheres. Ou seja, 50% das mulheres que relatam sobrecarga doméstica também apontam para algum tipo de transtorno mental.”
A audiência foi presidida pela senadora Augusta Brito, do PT do Ceará. Também participaram as representantes do Ministério da Saúde, Taia Duarte e Aline de Oliveira. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes.
Fonte: Agência Senado