Voltado para profissionais e agentes de saúde, doulas, pesquisadores, gestantes, parteiras, ativistas e a sociedade em geral, o encontro contará com palestras e oficinas
Definir como será o parto do bebê ainda gera muitas dúvidas no seio familiar e embora o parto normal apresente menos riscos para mãe e para a criança, o número de cesáreas no Brasil ainda está acima da média do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para debater esse tema e apresentar as conquistas obtidas para tornar o parto e o nascimento experiências fortalecedoras para a mulher e o recém-nascido, retirando dessa vivência a conotação de momento de grande sofrimento, Brasília sediará a IV Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento – acolhendo experiências e irradiando mudanças.
Realizada pela Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa) com a Universidade de Brasília e organizado pela Matriusca, a Conferência acontecerá entre os dias 26 e 30 de novembro de 2016, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com mesas redondas, palestras e oficinas. O evento conta com o apoio do Ministério da Saúde e do Governo do Distrito Federal, entre outros.
“A Conferência dará visibilidade as conquistas que já foram obtidas, sejam na diminuição da violência na atenção obstétrica, na elaboração de políticas públicas e na criação de legislações que protegem a mãe e o bebê e colocará novas descobertas na pauta de discussões, como as pesquisas sobre Epigenética – características genéticas que podem ser alteradas de acordo com o trabalho de parto”, esclarece a presidenta da ReHuNa, Daphne Rattner, doutora em Epidemiologia e professora da Universidade de Brasília.
Segunda Daphne, desde a última conferência, em 2010, apesar de modestas, algumas mudanças foram muito significativas. “Hoje estamos na pauta favorável, temos políticas públicas implementadas, marcos regulatórios e, principalmente, o empoderamento das mulheres que estão retomando para si o protagonismo do parto, de respeitarem o amadurecimento necessário do bebê para nascer e de não aceitarem a violência a qual são submetidas na hora de parir”.
Parto Adequado
Uma experiência recente da Agência Nacional de Saúde (ANS), o Projeto Parto Adequado, projeto piloto implementado em 35 hospitais brasileiros, já evitou 10 mil cesarianas desnecessárias no período de um ano e meio no setor de planos de saúde. O projeto segue recomendações de organismos internacionais para a redução das taxas de cesáreas no Brasil, uma das maiores do mundo.
Esse trabalho envolveu mudanças ou adaptações da infraestrutura dos hospitais, com a criação de salas de parto natural, com objetos que aliviam as dores do trabalho de parto e espaço para acompanhantes, sem a rigidez de um centro cirúrgico; capacitou mais de 400 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros e reformulou o curso de gestante com palestras e cursos sobre os riscos e benefícios de cada tipo de parto. De acordo com Daphne, a experiência não apenas diminuiu a taxa de cesáreas nesses hospitais, como reduziu a ocupação da UTI neonatal.
A Conferência
A IV Conferência focará nas experiências e realizações do Brasil e no mundo com a Mostra Internacional de Boas Práticas de Gestão e Cuidado na Atenção Perinatal, uma vez que essas propostas de humanização da atenção ao Parto e Nascimento hoje estão incorporadas às políticas públicas, no Brasil e em países como o México e Espanha, dentre tantos outros. Favorecerá as articulações entre ativistas, cientistas, profissionais de saúde do Brasil e no exterior, com o objetivo de fortalecer o movimento nacional e internacional.
Serviço
IV Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento – acolhendo experiências e irradiando mudanças
Quando: 26 a 30 de novembro – Sessão solene de abertura, a partir de 19h, no dia 27.
Horas: 8h às 18h;
Onde: Centro de Convenções Ulysses Guimarães
http://www.conferenciarehuna2016.org/
Fonte: Assessoria de Imprensa da IV Conferência Internacional sobre do Parto e Nascimento
Fonte: Blog da Saúde