A escritora Marina Colasanti e a ilustradora Ciça Fittipaldi foram oficialmente confirmadas como indicadas ao prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil. O anúncio foi feito nesta segunda (3), em uma coletiva na Feira do Livro Infantil de Bolonha, principal evento do setor que acontece até quinta-feira (6).
O prêmio internacional, organizado pela IBBY (International Board on Books for Young People), é entregue a cada dois anos sempre para um escritor e para um ilustrador. Neste ano, um júri de 17 pessoas irá avaliar todos os concorrentes das duas categorias –33 autores e 28 ilustradores, de países como Argentina, Irã e Mongólia. Em janeiro de 2018, esse júri divulgará a lista de finalistas. Os dois vencedores serão conhecidos na edição da Feira de Bolonha do ano que vem.
As autoras brasileiras foram indicadas pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), que também preparou os documentos das candidatas enviados ao júri e ao IBBY. O material é digital e apresenta os cinco principais livros de cada uma, suas biografias, prêmios e materiais acadêmicos feitos a partir de seus trabalhos. Três exemplares físicos de cada obra serão analisados caso elas sejam finalistas da premiação.
O Brasil já teve três vencedores do Andersen. Lygia Bojunga, em 1982, e Ana Maria Machado, em 2000, ganharam na categoria texto. Roger Mello, em 2014, foi o primeiro latino-americano a vencer na categoria ilustração (e por enquanto o único).
Em 2016, os vencedores foram o escritor chinês Cao Xenxuan e a ilustradora alemã Rotraut Susanne Berner.
AS AUTORAS
Ciça Fittipaldi nasceu em São Paulo em 1952 e coleciona diversos prêmios, como o da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e o Jabuti. Essa é a terceira vez que é indicada ao Andersen.
Marina Colasanti nasceu em 1937 na Eritreia e chegou ao Brasil em 1948 com a família. Vencedora de sete prêmios Jabuti, teve seu livro “Breve História de um Pequeno Amor” eleito em 2014 como a melhor obra de ficção do ano pelo prêmio (entrevistei Colasanti em 2015 sobre o assunto; e o blog já comentou sobre dois livros traduzidos por ela).
Fonte: Folha de São Paulo