Convocado por coletivos feministas, marcha protestou contra o projeto de lei 5069, de autoria do presidente da Câmara, que dificulta o acesso a aborto legal em caso de estupro
Milhares de manifestantes de diversos grupos pelos direitos das mulheres participaram nesta quinta (12), em São Paulo, da segunda marcha contra o projeto de lei 5069, de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que, entre outras medidas, dificulta o acesso ao aborto legal a mulheres vítimas de estupro.
Convocado por cerca de 40 coletivos femininos pelo Facebook, o ato iniciado no vão do Masp atraiu mais de 2 mil manifestantes, a maioria mulheres, segundo um dos organizadores. Com faixas e cartazes, elas fecharam um dos sentidos da Avenida Paulista e da Rua da Consolação, onde a marcha seguia até as 20h30.
Além da retirada do projeto e a saída de Cunha da presidência da Câmara, as manifestantes protestaram contra o machismo e a violência sexual. Na comissão de frente do ato, um grupo de mulheres negras lembrou que elas são as principais vítimas deste tipo de crime no país, conforme revelou a pesquisa “Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil”, divulgada esta semana.
Muitas faixas também protestavam contra o governador Geraldo Alckmin. Parte das manifestantes se separou do grupo na altura da Rua Maceió para seguir em passeata até a Escola Fernão Dias Paes, ocuapada desde terça (10) por estudantes que protestam contra mudanças no ensino estadual, com o fechamento de 94 escolas do ensino básico no estado.