*Maria Isabel Corrêa
A campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres é uma mobilização educativa e de massa, que luta pela erradicação deste tipo de violência e pela garantia dos direitos humanos. Em todo o mundo, quatro datas-marco representam essa luta no período de realização da campanha: 25 de novembro a 10 de dezembro, por isto chamamos de 16 dias de ativismo. No Brasil, mais uma data é destacada pela dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras: 20 de novembro – dia nacional da consciência negra. Tudo isso para que a sociedade repudie atos de violência praticados contra as mulheres, pois eles são uma violação dos Direitos Humanos.
O dia 25 de Novembro foi declarado dia internacional da não-violência contra as mulheres no primeiro encontro feminista da América Latina e Caribe organizado em Bogotá, Colômbia, de 18 a 21 de Julho de 1981. Este dia foi escolhido para homenagear o violento assassinato das irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa) no dia 25 de Novembro de 1960, pelo ditador Rafael Trujilo, na República Dominicana.
Dia 10 de dezembro – Dia Mundial de Combate à AIDS Dia 6 de dezembro – massacre de mulheres de Montreal (Canadá) Símbolo da injustiça contra as mulheres, o massacre de quatorze estudantes da Escola Politécnica de Montreal, Canadá, dia 6 de dezembro de 1989, gerou debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social no mundo. Este fato inspirou a criação da Campanha do Laço Branco, mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres.
Dia 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos
Mas as maiores violências cometidas contra mulheres acontecem no espaço doméstico, onde elas deveriam ser amadas, respeitadas e acolhidas com carinho. Para enfrentar esta violência, que é tipificada como violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, o Brasil criou a Lei Maria Da Penha.
Porém, na prática, as mulheres não denunciam seus agressores, e com isso continuam expostas à violência, que muitas vezes culmina com a morte… O Paraná é o 3º Estado do Brasil em número de assassinatos de mulheres!!
Entre muitos tristes exemplos, temos o de uma mulher guerreira, trabalhadora, Ane Mari Gubert, que morreu por provável assassinato com um tiro na nuca após uma briga de casal no dia 11/09/2010.
Orlando Genol da Rocha está livre, mas vai a júri popular no dia 24/11, no Tribunal do Júri, Praça Nossa Senhora da Salete, Centro Cívico, às 13 horas. A família espera que, após 4 anos, agora se faça justiça finalmente, já que a vida jamais será a mesma com tamanha perda! Ane Mari deixou um diário, onde descrevia agressões sofridas por mais de um ano. Fica o triste exemplo, para que outras mulheres violentadas por seus maridos, namorados, companheiros, não se calem!! Chega de violência!!
Maria Isabel Corrêa é integrante da Executiva Estadual do Partido Verde, militante da UBM-União Brasileira de Mulheres e Presidente do CONSEG – Conselho Comunitário de Segurança de Palmeira.