Banco de fomento estatal justifica nome da ministra como estratégia para aumentar a diversidade no colegiado da Tupy
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) justificou a indicação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ao conselho de administração da metalúrgica Tupy como uma estratégia para aumentar o número de mulheres em cargos de liderança de companhias nas quais o banco de fomento estatal tem participação. O BNDES tem 28% de participação na companhia.
A indicação de Anielle foi oficializada na 2ª feira (28.ago.2023). Com a indicação ao colegiado, a ministra ganhará um salário de pelo menos R$ 36.115,00. A nomeação foi alvo de críticas devido à falta de experiência de Anielle no setor metalúrgico.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, também foi nomeado ao conselho de administração da Tupy. O BNDES justificou a indicação do presidente do PDT ao posto pela sua “destacada experiência administrativa no setor público”.
Leia a íntegra da nota oficial:
“A nova gestão do BNDES não renovou os mandatos de nenhum dos indicados da gestão anterior. Dessa forma, a indicação de lideranças dos setores público e privado para conselhos de administração das investidas da BNDESPAR é um movimento natural, que busca levar essa experiência às instâncias estratégicas dessas empresas, em seu melhor interesse, sem descuidar dos interesses do BNDES e do seu controlador. Além disso, atendem às regras legais aplicadas ao mercado de capitais.
“A BNDESPAR possui direito a indicação de membros para 34 vagas em Conselhos de Administração, garantidas por Acordos de Acionistas em um total de 27 empresas investidas. Dessas 34 vagas de conselho de administração mencionadas acima, atualmente 31 encontram-se ocupadas, sendo que 19 por funcionários de carreira do BNDES em atividade e dois ministros de Estado.
“No caso específico de Tupy, a ministra Anielle Franco, reconhecida liderança da sociedade civil nas temáticas da igualdade racial e de gênero, possui capacitação aderente à política de indicação do BNDES em colegiados, tendo dois mestrados, sendo um no Brasil e outro no exterior, e tendo sido fellow da Ford Foundation e da Open Society Foundation e conselheira de organizações da sociedade civil como Instituto Peregum, Mulheres Negras Decidem, Datalab e auxiliou na criação da Casa Sueli Carneiro. Além disso, a indicação da ministra avança no desafio da inclusão de mulheres e negros na alta administração de empresas – uma das metas da política de indicação do BNDES em colegiados – em um cenário no qual apenas 19% de mulheres ocupam esse espaço e 3% são negros.
“Já o ministro Carlos Lupi tem destacada experiência administrativa no setor público, tendo ocupado diversos cargos executivos e de conselhos, tais como: Conselho Fiscal do SESC, Conselho de Administração do BNDES, Conselho Nacional da Previdência Social, presidente do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT e presidente do Conselho Curador do FGTS.”