Os vencedores da terceira edição do concurso sobre a Lei Maria da Penha: Hackaton de Gênero e Cidadania da Câmara dos Deputados receberam sua premiação nesta quarta-feira. A cerimônia faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher que estão sendo realizadas pela bancada feminina no Congresso Nacional.
Como parte da premiação, as equipes vencedoras vão participar de um encontro sobre projetos de e-cidadania na sede do Banco Mundial em Washington, nos Estados Unidos.
O objetivo do concurso era criar novos instrumentos tecnológicos de combate à violência contra a mulher além de plataformas de inclusão de mulheres na política.
Ao todo, 165 pessoas se inscreveram e apresentaram 70 projetos de aplicativos, dos quais 19 foram selecionados para a fase final, segundo os critérios de interesse público, criatividade e qualidade técnica.
Vencedor na categoria “Violência contra a Mulher”, o site “minhavoz.com” mapeia os serviços públicos disponíveis para as vítimas e ainda tem espaço para depoimentos e denúncias.
Daniela Rozados participou do projeto e explica que o principal objetivo da página da web é conscientizar as mulheres de que algumas situações representam, sim, um crime que deve ser denunciado. “Uma vez que ela entendeu o que aconteceu com ela porque é muito comum que a vítima num primeiro momento não tenha entendido o que aconteceu ainda. Seja porque ela está num momento traumático, seja porque ela desconhece os direitos. Então, a partir desse momento que a gente ajuda ela a identificar o que aconteceu, a gente mostra quais são as alternativas que ela tem.”
Mulher na política
Já o programa “Dona Maria” foi o vencedor na categoria “Políticas de Gênero Relacionadas à Participação, Representatividade e Transparência”. Uma das idealizadoras do site, Isadora Barros, afirmou que um dos principais problemas para que as pessoas se candidatem a cargos eletivos é a falta de dinheiro, então o site proporciona mais visibilidade a essas mulheres para que a população conheça e possa financiar as propostas políticas de mulheres.
“Além da candidata poder se cadastrar e cadastrar as propostas, os eleitores podem contribuir financeiramente com a campanha das candidatas.”
A coordenadora da bancada feminina, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), destacou a importância de utilizar as novas tecnologias para combater a violência contra as mulheres.
“Esta ação na internet vai inibir o que já existe e que é sem dúvida nenhuma algo com que nós nos sentimos impotentes, mas que só pode ser enfrentado, além da normatização, também com uma campanha educativa.”
Critérios
Organizado pelo Laboratório Hacker e pela Secretaria da Mulher da Câmara, o Hackathon de Gênero e Cidadania teve 165 participantes inscritos e 75 propostas de aplicativos.
Os 19 projetos apresentados ao final da maratona foram avaliados segundo os critérios estabelecidos no edital: interesse público, criatividade e qualidade técnica.
Aplicativos no ar
Na primeira edição do evento, em 2013, o objetivo foi aumentar a transparência do trabalho parlamentar e ampliar a compreensão do processo legislativo. Três aplicativos, entre os 22 projetos selecionados, foram vencedores e já estão no ar:
• Meu Congresso: aplicativo que reúne informações sobre o mandato dos parlamentares e as empresas que receberam pagamentos relacionados à cota parlamentar;
• Monitora, Brasil: app para celulares que possibilita o acompanhamento da assiduidade dos deputados e dos projetos propostos, organiza rankings, lista de twitters e outras informações relativas ao mandato;
• Deliberatório: jogo de cartas offline que simula o processo de discussão e deliberação das proposições na Câmara dos Deputados.
Fonte: Agência Câmara Notícias
Foto: Luis Macedo