A gestão de Mauro Vieira, chanceler do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acredita que existe um avanço na participação de mulheres em cargos de chefia pelos postos do Brasil ao redor do mundo.
Nesta segunda-feira, a Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras lançou uma campanha que pede paridade na diplomacia. Um estudo ainda foi publicado, mostrando o impacto positivo de uma política externa feminista. Além disso, o grupo divulgou um levantamento no qual mostra que, no atual governo, 80% das nomeações em postos de chefia foram para homens, que também ficaram com os destinos classificados como A no próprio ranking estabelecido pela chancelaria.
Segundo o Itamaraty, a carreira de diplomata é composta, atualmente, por cerca de 23,5% de mulheres. Desde a transição e o início da gestão Lula, o governo aponta que foram adotadas decisões e políticas voltadas a atender as justas reivindicações por uma maior representatividade de gênero e raça.
A chancelaria destaca que, em matéria de gênero, os resultados após um ano e meio de governo incluem:
- A primeira mulher na história nomeada para a secretaria-geral do Itamaraty, cargo mais alto privativo de diplomatas;
- A nomeação de mulheres para 30% das vagas no segundo escalão do Itamaraty (três de 10 dos secretários das áreas), ao final da gestão anterior era apenas uma mulher entre os secretários;
- Política de promoções com atenção à representatividade racial e de gênero: em duas rodadas de promoções na atual gestão, de um total de 128 promovidos, 39 foram mulheres, ou seja, 30,4%; nas promoções para o nível mais alto da carreira, ministro de primeira classe/embaixador, a proporção sobe para 35,7%. Foram 5 vagas de um total de 14;
Para o governo, portanto, isso reflete uma tendência acima dos 23,5% da participação de mulheres na carreira, tanto nos cargos de chefia em Brasília quanto nas promoções.
Para chefias de embaixadas bilaterais, missões, delegações e representações multilaterais, o governo Lula indica que, de um universo de 140 desses postos, 16 eram chefiados por mulheres, ou seja, 11,4%.
Até final de junho, a estimativa é de que o Itamaraty terá 28 mulheres ocupando ou indicadas para a chefia desses postos, que hoje são 142.
A chancelaria afirma que, em um ano e meio, a representatividade de mulheres passou a ser de 19,7%, quase dobrou, e se aproxima rapidamente dos 23,5%.
O governo também estima que, dos onze postos multilaterais, onde não havia nenhuma mulher na chefia, hoje há três – cerca de 28%, acima dos 23,5% do total.
Para chegar a esse número, 12 indicações de novas embaixadoras terão sido feitas de janeiro de 2023 até o final deste semestre. Seis delas na Europa e EUA. O governo aponta que, em um ano e meio, o número de embaixadoras passou de 16 para 28.
O governo também questiona o próprio sistema de diferenciação de importância de postos – divididos em quatro categorias (A, B, C e D). Para o Itamaraty, esse não seria critério para definir a relevância de um posto.
Um dos questionamentos da entidade de mulheres diplomatas é de que a maioria dos postos A e B é destinado a homens.
Para o Itamaraty, porém, Caracas e Luanda, ainda que não sejam postos classificados como A, estão entre os mais importantes para o Brasil na América do Sul e na África.
O governo também destaca que, até dezembro de 2022, seis consulados eram chefiados por por mulheres (Montevidéu, Rivera, Houston, Madri, Porto e Puerto Iguazu). Hoje, são nove.
O Itamaraty também argumenta que, somente no primeiro semestre de 2024, serão cinco novas indicações de mulheres para embaixadas e postos multilaterais.
Fonte: UOL