Em entrevista ao Correio, a advogada Nathália Goulart, membro do Tribunal de Ética da OAB-DF, destacou papel importante da figura pública de Ana Hickmann na sociedade
Após a repercussão do caso da apresentadora de TV Ana Hickmann, que registrou boletim de ocorrência por violência doméstica cometida pelo marido, Alexandre Correa, a advogada Nathália Goulart, especializada em direito da família, comentou a importância da denúncia feita por uma pessoa pública durante entrevista ao CB.Poder desta segunda-feira (13/11). O programa da TV Brasília é uma parceria com o Correio.
Nathália cita que é de suma importância que mulheres que são figuras públicas, como Ana Hickmann, falem para que outras também possam fazer o mesmo. “As vítimas têm algum embaraço por alguma vergonha e não se expõem de alguma maneira”, analisa a advogada.
Integrante do Tribunal de Ética da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Nathália acredita que o caso serve de incentivo para a sociedade. “Temos a oportunidade de enxergar, por meio de uma mulher bem-sucedida, bonita e pessoa pública, uma mulher comum em situação de vulnerabilidade, frágil, que denunciou, pediu socorro e externou uma situação de violência vivida dentro de sua casa”, afirma.
Violência patrimonial é comum
Durante a rotina no escritório onde trabalha, Nathália Goulart relata que a maioria das mulheres atendidas para realizar o divórcio viveu ou está vivendo alguma situação de violência doméstica. “Ela sequer dá notícia de que aquela situação configura uma violência doméstica. A violência patrimonial, muito comum nos casos de divórcio e partilha de bens, é um exemplo de um tipo de violência previsto na lei”, destaca a advogada.
A especialista dá um exemplo de violência patrimonial de quando o casal, durante o período de união, tinha a partilha dos bens de uma empresa que vira o sustento da família. “Com o divórcio ou início do desentendimento e distanciamento entre o casal, fica para os homens o meio de produção. A mulher fica totalmente dependente de receber uma pensão e de continuar a sua vida privada, mesmo não estando mais como um casal”, contextualiza.
Assista a entrevista completa a seguir: