A PRESIDENTE DA COMISSÃO DEFENDEU UM OLHAR ESPECIAL PARA AS MULHERES NEGRAS.
A Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher aprovou o plano com 14 ações para os anos de 2023 e 2024, proposto pela relatora, Camila Jara, deputada pelo PT de Mato Grosso do Sul. Uma das atividades previstas é a audiência pública sobre raça e gênero no mês de novembro, da Consciência Negra. A presidente da Comissão, Augusta Brito, do PT do Ceará, afirmou que é imprescindível incluir as mulheres negras no debate sobre violência doméstica:
Já que você falou de segurar na mão e eu sempre gosto de dar esse exemplo, eu estava participando de um seminário de um sindicato jornalista no Ceará e uma mulher negra teve uma fala e ela disse o seguinte: acha lindo, é a gente dizer que ninguém solta a mão de ninguém e que concorda com isso. Aí ela disse assim, mas na minha mão ninguém me segurou ainda. É uma mulher negra, né? E aí eu disse, realmente, né? Além de não soltar, a gente tem que chamar responsabilidade para verdadeiramente a gente segurar naquela mão.
Segundo o relatório divulgado no ano de 2023 pela ONG Anistia Internacional, no Brasil, 62% das vítimas de feminicídio são mulheres negras.
A senadora Jussara Lima, do PSD do Piauí, ressaltou a importância do trabalho da comissão tanto no enfrentamento à violência doméstica quanto na melhoria da qualidade de vida das mulheres:
Que nós precisamos cada vez mais estarmos unidas, não só em defesa da violência contra a mulher, mas também pela saúde da mulher. Então, nós temos que focar muito nisso, como bem falou a senadora Teresa leitão, uma mulher sempre segurando na mão da outra, aqui. Então, eu quero dizer também que eu estou aqui nessa comissão, juntamente com todas vocês e eu espero que a gente realmente faça a diferença e que aqui as mulheres encontrem voz. Encontrem as nossas mãos unidas em favor de todas as mulheres do nosso país.
Outra meta do plano de ações da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher é estimular a abertura de procuradorias da mulher nos estados brasileiros que ainda não possuem esses órgãos. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Luana Viana.
Fonte: Agência Senado