Nova pesquisa organizada pela plataforma Zinklar e o Instituto Mulheres do Varejo demonstra ainda que 23% delas foram desligadas da empresa após denúncia, e 24% acredita que denunciar não leva à nada. Projetos voltados para mulheres se unem para criar canal de denúncia específico para varejistas
Quase metade das mulheres que trabalham no setor varejista e na indústria que foram vítimas de assédio não receberam apoio das empresas onde atuam depois de denunciar o agressor. É o que diz uma pesquisa realizada pela plataforma de pesquisas de mercado Zinklar, em parceria com o Instituto Mulheres do Varejo, a qual Marie Claire teve acesso. Quarenta e seis por cento das varejistas dizem que não foram amparadas por nenhuma ação concreta. Além disso, 23% foram demitidas após realizarem a denúncia.
Os dados também demonstram que 37% das mulheres que trabalham no setor sofreu assédio moral e 31%, assédio sexual, sendo que 70% dizem que sofreram o assédio no trabalho. Em 46% das ocorrências, as mulheres estavam sozinhas; em 45%, com mais de uma pessoa presente, mas não houve nenhuma ação. Mais da metade sofreu o assédio há mais de 5 anos, e 23% não fizeram nada porque tiveram medo.
A pesquisa foi realizada com 212 mulheres que trabalham também no varejo, indústrias, empresas de pesquisas ligadas ao varejo e distribuidoras. O interesse do levantamento é apontar a maneira como o assédio, sexual ou moral, acontece de forma silenciosa no mundo corporativo; além de demonstrar que os esforços de amparo às vítimas estão longe de um patamar ideal.
Entre as respondentes, 45% confirmam que, nas empresas onde trabalham, há um canal de denúncia ao qual podem recorrer; mas 40% afirma que o local de trabalho não conta com esse suporte. Quando perguntadas se se sentiriam confortáveis para realizar uma denúncia à empresa, 60% responderam que sim, desde que o canal seja anônimo, e que acredita que as medidas necessárias serão tomadas. Por outro lado, 24% acreditam que a denúncia não dará em nada.
Fonte: Agência Patrícia Galvão