Andreia M., de 23 anos, foi abusada pelo pai de uma amiga aos oito anos de idade, enquanto estudava, e escondeu o que aconteceu por vergonha e culpa. Patrícia D., de 28 anos, foi estuprada aos 16 anos por um desconhecido e, mais tarde descobriu que estava grávida. Maria C, de 32 anos, sofreu uma tentativa de estupro pelo próprio avô, aos 12 anos. Estas são só algumas das histórias que ilustram o tipo deviolência sexual que milhares de meninas sofrem pelo Brasil e, em sua maioria, em silêncio. Estima-se que apenas 10% dos casos de estupro sejam notificados no País.
“A violência contra mulher começa na infância. Isso não tem como negar“, disse Viviana Santiago, especialista em gênero da ONG Plan Internacional, em entrevista ao HuffPost Brasil. “A sociedade é tão machista, que culpa uma menina como mulher por um abuso. Como se o consentimento fosse algo possível para uma criança seis e dez anos de idade, por exemplo”, completa.
Apenas por ser do sexo feminino, milhares de meninas estão sujeitas à violência e o agressor, na maioria das vezes, está dentro de casa. Elas são 94% das vítimas de estupro no Brasil, segundo dados do Ipea. E é preciso mudar essa cultura. Hoje, 25 de novembro, é celebrado o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher. Abaixo, estão 13 dados alarmantes que mostram o quanto este crime é um problema enraizado no Brasil e precisa ser enfrentado.
Entre as vítimas de até 13 anos, elas são 81%
Além disso, 93% dos estupradores de crianças são do sexo masculino
Com crianças, isso acontece em 32% das vezes
No Rio de Janeiro:
A cidade dispõe de um Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança (Caac) para desenvolver, especificamente, ação integrada a vítimas de abuso sexual em parceria com o Hospital Municipal Souza Aguiar.
Endereço: Praça da República, 111 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 3111-2622
Redes sociais: https://www.facebook.com/hmsouzaaguiar
Em outros Estados:
A Secretaria de Política para Mulheres tem um disque-denúncia que funciona 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana. Basta discar o número 180 para ser atendida. As denúncias são recebidas e encaminhadas à Segurança Pública e ao Ministério Público de cada Estado. Depois, os atendentes orientam a qual delegacia ou serviço a mulher precisa procurar de acordo com sua necessidade. O serviço atende todo o Brasil.
Fonte: Brasil Post