No dia 16 de setembro, comemora-se o Dia Internacional do Preservativo Feminino. A data foi criada em 2011, por iniciativa de organizações internacionais e ativistas de diversos países, como uma forma de reforçar e popularizar o uso desse insumo de prevenção.
O Brasil é o país que mais compra preservativos femininos no mundo, via governo federal. O Ministério da Saúde distribui por ano mais de 10 milhões de camisinhas femininas gratuitamente, para toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parece muito, mas não é, se comparado à quantidade de preservativos masculinos distribuídos. Em 2016, só o Ministério da Saúde distribuiu gratuitamente 375 milhões de camisinhas masculinas. Isso sem contar o que comercializado em farmácias, lojas de conveniência e supermercados.
É muito importante divulgar, ofertar e falar sobre o preservativo feminino (PF), como destaca a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, Adele Benzaken. “O preservativo feminino precisa estar no dia a dia das mulheres e dos homens. Não pode ser visto com desconfiança e a informação é a chave para estimular o uso. Pois ainda há muitos tabus em torno do preservativo feminino, muitos deles relacionados autonomia das mulheres”.
Adele ressalta que ainda há um trabalho árduo a ser feito para que o preservativo feminino possa ser popularizado como mais uma alternativa de prevenção ao o HIV, sifilis e outras ISTs, como também da gravidez não planejada. “Temos ampliado as ações para estimular o uso com a realização de campanhas, a criação da personagem da mulher camisinha, realização de oficinas nos estados e a ampliação do quantitativo distribuídos ano a ano e também com o aumento da oferta”.
Conversar com outras mulheres sobre as vantagens do preservativo feminino, destacando, inclusive a autônima preventiva que esse método dá para mulher, é um dos argumentos favoráveis utilizados pela pedagoga, Tatiana Pinangé, de 46 anos, que trabalha com prevenção do HIV desde 2000, atuando como educadora em oficinas para grupos de mulheres, repassava informações sobre o acesso e o uso do preservativo feminino .
Ela explica que começou a usar o preservativo feminino, depois que passou a falar dele nas oficinas sobre prevenção. “Eu usando fica mais fácil recomendar, explicar como coloca e falar de todas as vantagens”, comenta. “Quando comecei a usar estava casada na época, e o meu parceiro gostou da ideia. Hoje estou solteira e continuo usando. Tenho o hábito de levar o preservativo na minha bolsa e continuo recomendando e distribuindo, não só nas oficinas que realizo, mas também para as minhas amigas, brinco com elas – faça um teste drive antes de criticar”, conta.
Entre as vantagens do Preservativo Feminino estão a de ser mais fininho, por ser feito de borracha nitrílica, podendo ser usado também por pessoas alérgicas ao látex. Outra vantagem do PF é poder ser colocado algumas horas antes da relação sexual; além de ser bem lubrificado, o que proporciona às mulheres maior conforto e prazer durante a relação sexual. O PF também pode ser usando durante o período menstrual, já que o evita o contato com fluxo menstrual durante a relação sexual.
PARCERIA PREVENTIVA – Os homens são parceiros fundamentais quando o assunto é a corresponsabilidade e parceria nas relações sexuais e na hora da escolha de métodos preventivos, isso também inclui o preservativo feminino.
Consultor do Programa Nacional de Tuberculose, George Ricardo Santos, de 28 anos, conta que começou a usar o preservativo feminino depois que a sua namorada sugeriu o uso após receber alguns no posto de saúde. “Decidi experimentar com ela por curiosidade e gostei. Achei o preservativo feminino mais confortável, não incomoda”, explica.
Ele acha que o desconhecimento sobre o preservativo feminino, principalmente por parte dos homens, dificulta a popularização do uso entre os casais. “Conversei com alguns amigos sobre o preservativo feminino, mas eles não levaram muito a sério. Acho que porque rola um pouco de preconceito. Além disso, acho que muitos homens, por comodidade, preferem ir à farmácia comprar um camisinha masculina do que ir no posto de saúde pegar o preservativo feminino”, destaca.
O preservativo feminino pode ser encontrado em unidades de saúde do SUS, em todo país. O PF também é distribuídos em ações de prevenção em grandes festas populares, como o Carnaval e festas juninas. Embora seja possível comprar o preservativo feminino em algumas farmácias e também pela internet, geralmente em sex shops, ainda é necessário ampliar a oferta da camisinha feminina e a sua comercialização. Pois, quanto maior o uso, maior o interesse da indústria em melhorar e ampliar o produto, variar as opções e baratear seus custos.
COMO USAR – O preservativo feminino é bem maior que o masculino, pois envolve todo o colo do útero e os grandes lábios; tem cerca de 15 centímetros de comprimento e oito de diâmetro e possui dois anéis flexíveis. Um é móvel e fica na extremidade fechada, servindo de guia para a colocação do preservativo no fundo da vagina. O segundo, na outra ponta, é aberto e cobre a vulva (parte externa da vagina).
Assista aqui (http://www.aids.gov.br/pt-br/video/preservativo-feminino-como-usar-0) o vídeo demonstrativo de como usar
O preservativo feminino é tão eficaz quanto a camisinha masculina, tanto como método contraceptivo como de prevenção da transmissão do HIV/aids, da sífilis, da gonorreia, do vírus zika e de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Fonte: Assessoria de Comunicação
Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
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Fonte: Blog da Saúde