As organizadoras da Marcha das Mulheres estão de volta – desta vez em Michigan.
A equipe que criou o maior protesto de um dia apenas na história dos Estados Unidosanunciou na segunda-feira que a Marcha das Mulheres vai promover uma convenção de três dias chamada a Convenção das Mulheres, no Cobo Center, em Detroit, entre 27 e 29 de outubro. O fim de semana será composto de workshops e fóruns de discussão para ensinar as participantes como partir do protesto realizado em 21 de janeiro e convertê-lo em um movimento.
O site diz que a convenção vai fazer uso “do poder das mulheres de liderança como uma força transformadora fundamental, de base” e que “as participantes sairão inspiradas e motivadas, com novos contatos, novas habilidades e estratégias para lutar pela libertação coletiva das mulheres de todas as raças, etnias, idades, habilidades, identidades sexuais, expressões de gênero, status imigratório, religiões e posições econômicas”.
Bob Bland, co-organizadora da Marcha das Mulheres, disse ao HuffPost que a convenção será aberta a qualquer pessoa que queira participar, não apenas a pessoas que se identificam como mulheres.
“A Convenção das Mulheres é literalmente o lugar ideal onde qualquer organizador, qualquer líder ou qualquer pessoa que tenha o sonho de liderar sua comunidade possa vir e aprender com todos nossos diferentes parceiros”, disse Bland ao HuffPost.
Haverá uma taxa de US$295 por pessoa, um valor que a Marcha das Mulheres considerou “necessário para nos ajudar a cobrir as despesas de realização da conferência”. Bland ressalvou que a organização está trabalhando para levantar fundos para patrocinar mulheres que não tenham meios de pagar a taxa pedida.
“Para atrelar efetivamente a participação de mulheres de todas as origens e os setores, a Convenção das Mulheres precisa ser acessível a mulheres e aliados, independentemente das barreiras econômicas”, diz o site. (Clique aqui para doar ou para patrocinar uma participante.)
Bland disse que o objetivo principal da Convenção das Mulheres é que ativistas e organizadoras saiam levando mais contatos e habilidades para ajudá-las a levar o movimento para suas próprias cidades.
“Como fazemos para reunir todos esses problemas que afetam setores diversos e todas essas pessoas para realmente criar uma força duradoura e mudanças transformadoras ao longo do tempo?”, disse Bland. “Não podemos buscar apenas a mobilização de massas e ações rápidas.”
É nesse ponto que entrarão os workshops. Embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados, Bland disse que haverá workshops para todas, desde ativistas de primeira viagem até organizadoras experientes.
“Queremos que todas se reúnam e formem conexões, mesmo sobre questões com as quais não necessariamente se sentem à vontade, que tenham discussões sobre essas questões e aprendam como multiplicar essas discussões em suas comunidades”, ela explicou.
Trata-se do que a América representa: ela representa ódio, medo e preconceito ou representa amor, diversidade, inclusão, tolerância?
Bob Bland
Ela acrescentou que essa peça do quebra-cabeça será especialmente importante – particularmente para as mulheres brancas — após os protestos violentos que explodiram em Charlottesville, Virginia, no fim de semana.
“Muitas de nós estamos tomando consciência apenas agora de como isso tudo é horrível para o resto do país. É insuportável que continuemos a nos beneficiar de um sistema que oprime todos os outros”, disse Bland. “Não podemos deixar que isso aconteça e não podemos continuar. Precisamos construir uma América da qual possamos nos orgulhar. E sei que com mulheres na liderança poderemos fazê-lo.”
Para levar o movimento adiante, disse Bland, é preciso que as mulheres definam a agenda dos EUA de agora em diante.
“Acabamos de ser obrigadas a encarar a realidade brutal do lugar para onde a presidência de Trump nos trouxe neste momento”, ela disse. “É algo que transcende a política. Trata-se do que a América representa: ela representa ódio, medo e preconceito, ou representa amor, diversidade, inclusão, tolerância? As mulheres precisam se unir novamente em torno disso, como nos unimos no dia 21 de janeiro, e então traçar uma agenda e continuar a construir, não apenas nas ruas, mas também a construir poder político no Congresso e em nossas comunidades locais.”
Fonte: Huff Post