Fatores como ciclo menstrual, insônia e uso de contraceptivos são alguns dos fatores que podem interferir na qualidade da pesquisa sobre o padrão de sono em mulheres, afirma Bruno Bedo
Na coluna desta semana, o professor Bruno Bedo comenta a limitação das pesquisas sobre padrões de sono em atletas mulheres, sendo uma quantidade significativa de estudos focados em atletas masculinos. Para o professor, isso levanta questões sobre o componente vital do desempenho e bem-estar das atletas mulheres.
Bedo aborda a importância de se realizar mais estudos sobre o sono em atletas mulheres. Ele afirma que a desproporção de gênero causa uma lacuna significativa na pesquisa sobre o sono feminino, limitando a compreensão sobre padrões e comportamentos de sono específicos das atletas mulheres. Também aponta o fato de algumas atletas terem durações de sono mais longas e melhor qualidade objetiva de sono, mas qualidade subjetiva de sono semelhante ou inferior em comparação aos atletas homens. Outro fator está ligado ao ciclo menstrual, uso de contraceptivos orais e o período pós-parto, que podem influenciar negativamente o sono das atletas femininas, indicando a necessidade de intervenções de sono personalizadas.
Quais fatores específicos afetam o sono das atletas mulheres e como podem ser abordados? Bruno Bedo comenta que mulheres podem ter maior risco de insônia e síndrome das pernas inquietas em comparação com homens, possivelmente devido à gravidez, prevalência de sintomas de ansiedade e depressão, deficiência de ferro sem anemia e uso de medicação psicotrópica; outros fatores são “o ciclo menstrual e distúrbios menstruais, que podem afetar negativamente o sono, sugerindo a necessidade de monitoramento e gestão do sono em atletas durante diferentes fases do ciclo; e o uso de contraceptivos hormonais e o período pós-parto também podem impactar negativamente o sono, o que deve ser considerado ao monitorar e desenvolver estratégias de intervenção para o sono de atletas femininas.
Fonte: Jornal USP