Embora representem a maioria no mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam obstáculos significativos para chegar a cargos de liderança — e a maternidade é um dos principais desafios. É o que destaca Irina Bezzan, CEO da TalentX Digital, empresa especializada em Recursos Humanos.
Segundo a executiva, o mercado tende a enxergar mulheres grávidas ou mães como menos produtivas, o que não corresponde à realidade. “Existe um olhar enviesado que penaliza a maternidade, enquanto a paternidade costuma ser vista até como um fator positivo no ambiente corporativo”, afirma.
Irina defende que, para mudar esse cenário, é fundamental que as mulheres contem com uma rede sólida de apoio — dentro e fora do ambiente profissional. E destaca o papel estratégico das líderes que já chegaram ao topo: “Elas podem abrir caminhos, atuar como mentoras e inspirar outras mulheres a também ocuparem espaços de poder.”
A desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres ainda é percebida por grande parte da população. Uma pesquisa da plataforma InfoJobs mostra que mais de 70% dos entrevistados acreditam que há disparidade nas chances de crescimento entre os gêneros.
Já um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que apenas 18% das mulheres em cargos de liderança são mães. Entre os homens líderes que têm filhos, esse número chega a 38%.
Para Irina Bezzan, a equidade só será possível quando as estruturas organizacionais reconhecerem que apoiar as mulheres — especialmente as mães — é não apenas uma questão de justiça, mas também de inteligência corporativa.
Fonte: R7