Durante a 3ª Reunião Ordinária do Fórum Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas, realizada nos dias 16 e 17 de junho, em Brasília, lideranças femininas e representantes do governo reafirmaram a urgência de garantir visibilidade e políticas públicas efetivas para mulheres que vivem e resistem em territórios tradicionais.
O encontro, sediado no Ministério das Mulheres, teve como pauta central a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), marcada para acontecer entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro de 2025. Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, a conferência busca reunir propostas e soluções para políticas públicas que contemplem a diversidade dos territórios e das vivências femininas no Brasil.
Vozes que vêm da terra, da água e da floresta
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Estela Bezerra, acompanharam os debates e reforçaram o compromisso do governo com as contribuições trazidas pelas mulheres nos territórios.
“Sabemos dos desafios enfrentados por vocês, mas também reconhecemos o poder de transformação quando nos organizamos. As contribuições deste fórum vão orientar as discussões da 5ª CNPM e darão base para políticas públicas mais eficazes e próximas da realidade de cada mulher brasileira”, afirmou a ministra Márcia Lopes.
O fórum também discutiu estratégias para ampliar a proteção das mulheres e fortalecer os observatórios de dados sobre violência de gênero, garantindo que ações do Estado sejam fundamentadas em realidades concretas e escuta ativa das comunidades.
Por políticas que enxerguem todas as mulheres
Para Marly Lúcia da Silva Ferreira, secretária nacional das Mulheres Pescadoras da Confrem Brasil, o fórum representa um passo importante para quebrar a invisibilidade histórica:
“Lutamos por nossos direitos dentro dos nossos territórios, onde muitas vezes as políticas públicas ainda não chegam. Precisamos ser vistas e ouvidas. Só assim nossas demandas terão chance de serem atendidas”, destacou.
Já Elizete Maria da Silva, do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste, pontuou que o diálogo entre os diferentes territórios e o governo federal é essencial para a criação de políticas que realmente enfrentem a violência vivida pelas mulheres nas zonas rurais e comunidades tradicionais.
Caminhos construídos em diálogo
Durante a reunião, o grupo aprovou o calendário de atividades para o ano, avaliou o primeiro seminário promovido pelo fórum (em março de 2025), discutiu orçamento para ações futuras e apresentou o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).
O fórum, que realiza reuniões trimestrais, é um espaço estratégico para garantir que as mulheres marisqueiras, catadoras, pescadoras, quilombolas, indígenas e agricultoras estejam no centro das decisões sobre seus corpos, seus territórios e seus modos de vida.
Participação ativa na 5ª Conferência
As sugestões do colegiado integrarão o documento nacional da 5ª CNPM, que será construído de forma participativa com a sociedade civil. As etapas preparatórias incluem conferências livres, municipais, estaduais e temáticas, promovendo escuta ampla e garantindo que nenhuma mulher seja deixada para trás.
Para participar, acesse: www.gov.br/brasilparticipativo
Fonte: Agência GOV