Nísia Trindade afirma que o projeto inclui vigilância epidemiológica, investimentos em ciência e tecnologia e atenção reforçada ao SUS
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu nesta quarta-feira, 19, que o Brasil tenha o que chamou de programa para preparação frente a futuras pandemias. Ao participar de audiência pública nas comissões de Saúde e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, na Câmara dos Deputados, ela disse estar trabalhando nessa área junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e avaliou que o projeto inclui vigilância epidemiológica, investimentos em ciência e tecnologia e atenção reforçada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“A saúde é uma nova frente de desenvolvimento no mundo. O Brasil não pode ficar atrás nesse processo e, agora que o país vai assumir a presidência do G20, que tenhamos atenção a esse processo. A ciência e a tecnologia são fundamentais para a saúde, mas têm que estar a serviço do SUS, não podem ser vistas como fatores isolados”, destacou.
Para a ministra, a pandemia exacerbou o que chamou de processo de deterioração da saúde brasileira, com a piora generalizada de indicadores e retrocessos institucionais, orçamentários e normativos que levaram ao desmonte de políticas da pasta, além da perda de credibilidade como autoridade sanitária.
A situação deixada pelo governo anterior, de acordo com a ministra, inclui 27,1 milhão de doses de vacina contra covid-19 sem tempo hábil para distribuição e um desperdício de quase 40 milhões de doses desde 2021, o que representa um prejuízo de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, além de doses e insumos a vencer nos próximos meses.
“Ao mesmo tempo em que havia desperdício, também havia falta de vacinas fundamentais, como pólio, sarampo, inclusive covid infantil, que havia sido adquirida, mas num volume insuficiente para uma efetiva campanha”, explicou a ministra.